Da próxima sexta-feira ao domingo, acontecerá em Manaus (AM), o Amazônia Fly-In, missão empresarial que deve reunir cerca 100 industriais, empresários dos mais variados segmentos e investidores.
O objetivo do evento é que o Governo do Amazonas apresente as oportunidades, inclusive com incentivos fiscais, visando atrair novos investidores para setores como têxtil, agronegócio, construção civil, turismo e mineração.
Conforme o material de divulgação, a proposta teria um claro viés ambiental. “Buscamos trazer empresários para a região que possam, além de ajudar com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, defender as riquezas locais, combatendo a exploração ilegal e as ações predatórias internacionais, o desmatamento e a degradação ambiental”, diz no release o governador Eduardo Braga.
Promovido em parceria com o Instituto Arruda Botelho (IAB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o evento pretende ainda “incentivar o turismo e fortalecer o transporte aéreo na região, ainda pouco explorado pelos próprios brasileiros e por estrangeiros”.
A lógica de uma exploração controlada e racional da Amazônia é a mesma que levou o Governo Federal a criar o Serviço Florestal Brasileiro – SFB -, que regulamentou contratos de concessão florestal com empresas brasileiras mediante processos licitatórios, de modo a que, ao menos em tese, se possa viabilizar uma exploração sustentável, baseada em manejos criteriosos. O primeiro desses contratos acaba de ser firmado – leia em Primeira licitação para manejo sustentável será na Flona do Jamari/RO.
A proposta do Governo do Amazonas gera, contudo, alguma desconfiança. Gustavo Pimentel, gerente do programa Eco-finanças da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, disse a AmbienteBrasil que “há uma clara incoerência no objetivo dessa iniciativa de promoção do desenvolvimento econômico com preservação ambiental”.
”Alguns setores foco, como agropecuária, construção civil e mineração, são os de maior impacto sobre a floresta e comunidades que nela vivem”, analisa ele. “Os empresários e governos locais deveriam focar em setores que mantêm a floresta em pé, pois dela tiram seu valor, tais como biotecnologia, pesquisa farmacêutica, turismo ecológico e extrativismo com planos de manejo sustentável certificados”, defende.
Para conhecer a programação do Amazônia Fly-In, clique aqui.
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