sexta-feira, 24 de abril de 2015

Por que a Petrobras sobe tanto (exceto na Rede Bobo, claro)?



Por: Fernando Brito

Sem que isso renda, claro, algum tipo de manchete, segue acima de qualquer expectativa a 
valorização das ações da Petrobras.
No momento em que escrevo, passa de US$ 10 o valor da ADR da empresa em Nova York e a ação 
ordinária toca os R$ 15 na Bovespa.
Há pouco mais de um mês estes valores eram pouco mais da metade.
Há razões objetivas, – aliás, válidas para a Vale, também – essencialmente a elevação do preço do 
petróleo (como a do minério de ferro) e razões subjetivas.
Entre estas, a razão é que a campanha de terror sobre a empresa atirou para muito mais baixo o valor 
de seus papéis, com os espertalhões gritando “vendam, vendam!” e deprimindo preços.
Todo o mercado sabe que aquilo que o balanço da empresa divulgou é muito menos importante 
como reflexo da realidade econômica da empresa do que como o “preço” que a empresa pagou – o 
real e o de percepção – por um ano de bombardeio impiedoso.
Da mesma maneira, não se pode fazer projeções irresponsáveis com a disparada das ações da 
empresa.
Há muito movimento de curto prazo, com gente realizando lucros de compra na baixa ou zerando 
suas posições que estiveram desesperadoras nos piores momentos.
Mas é fato que estes têm encontrado compradores.
Hoje, a Fitch seguiu a Standard & Poors e retirou a perspectiva de revisão (evidente que para pior) 
Curioso, não é, que uma empresa que corta seu patrimônio e anuncia prejuízos seja vista com este 
“otimismo” pelo mercado?
“Enxugamento” da Petrobras e redução (ou postergação) de investimentos e alienação de ativos 
menos rentáveis eram todos previsíveis desde a queda dos preços do petróleo.
O “mercado” é muito mais esperto que a imprensa. A especulação com a Petrobras não terminou: vai 
ter alguns dias de “sinal trocado” para tomar (mais) dinheiro dos incautos.
A Petrobras, como o Brasil, precisa voltar à normalidade.

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