quinta-feira, 15 de setembro de 2016

LULA VAI AO CNMP CONTRA “GRAVES DESVIOS FUNCIONAIS” NO MP


Advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins anunciou logo após a coletiva de Lula que
entrou nesta quinta-feira 15 com uma ação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)
acusando os procuradores que apresentaram a denúncia contra o petista de "graves desvios
funcionais"; os membros do MP "fizeram, com recursos públicos, afirmações de assuntos que não
eram da atribuição deles, apenas para enxovalhar a honra e a reputação do Lula e dona Marisa",
afirmou o advogado; "Nenhum membro do MP pode manifestar opiniões antes de concluída a
investigação", acrescentou.

Jornais estrangeiros destacam ausência de provas contra Lula 

acusam MPF: objetivo é tirar ex-presidente das eleições de 
2018



por Diego Sartorato, na AGPT
As acusações infundadas da Força Tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva, apresentadas em espalhafatosa coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), ganharam 
destaque em alguns dos principais jornais do mundo tanto pela gravidade das acusações quanto pela 
ausência de provas que as sustentem.
A imprensa internacional aponta ainda que a movimentação do Ministério Público poucos dias após 
golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff tem consequências políticas graves: impedir Lula 
de concorrer novamente à Presidência em 2018.
O norte-americano New York Times registra que Lula é acusado de ser “general” de um amplo 
esquema de corrupção, mas as acusações contra ele são restritas a reformas em um apartamento que 
ele nega ser seu. “A quantidade de dinheiro que Da Silva é acusado de ter recebido empalidece 
perante as quantias que outros políticos são acusados de ter embolsado nos últimos anos”, aponta o 
diário. O jornal diz ainda que Lula é favorito para as eleições de 2018.
O também norte-americano Chicago Tribune também faz ressalvas em relação ao contraste entre as 
abismo entre as acusações verbais e aquilo pelo que Silva foi denunciado de fato coloca em dúvida o 
futuro dessa investigação”. O jornal consultou Cezar Britto, ex-presidente da OAB. Para o advogado, 
“o palavreado duro dos promotores pode indicar que eles não têm evidências sólidas. Parece que os 
promotores preferem conquistar apoio da sociedade ao invés de buscar por mais evidências”.
“Uma verdadeira inquisição”, publica o francês Le Monde, que entrevistou o sociólogo Mathias 
Alencastro. “Poucos dias após o impeachment de Dilma, a acusação do promotor é um assassinato 
político contra Lula e o PT”, conclui o jornal.
O jornal Página 12, da Argentina, analisa a ação midiática do Ministério Público por meio de artigos 
de Eric Nepomuceno e Emir Sader. “Para Dallagnol, um jovem servidor com atração irresistível por 
declarações bombásticas, Lula era nada menos que o ‘comandante máximo’ de um esquema de 
corrupção em seu governo. Palavras contundentes em um discurso absolutamente politizado, ao qual 
faltou apenas um ‘detalhe’: provas”, escreve Nepomuceno.
“Ainda que sem nenhuma prova de enriquecimento pessoal, sem nenhuma prova de que tenha obtido 
vantagens graças ao cargo de presidente, mesmo tendo voltado a viver no mesmo apartamento na 
periferia de São Paulo, mesmo com tudo isso, Lula tem de ser acusado, processado, considerado 
incoerência da acusação contra Lula: “Sem provas, acusam Lula de encabeçar esquema de 
corrupção”. “Tudo indica que buscam inabilitá-lo para as eleições de 2018”, conclui.
O jornal italiano La Reppublica ironiza a quantidade de acusações contra Lula: de acordo com o 
diário, a depender das acusações do Ministério Público, “Lula é o belzebu do Brasil”. O jornal, que 
registra que os promotores apenas prometeram apresentar provas, aponta ainda as consequências 
políticas da ação contra Lula.
“Após o impeachment contra Dilma Rousseff e a chegada ao poder do líder do PMDB, Lula segue 
sendo o político mais popular do Brasil e tem repetidamente dito que pode ser o candidato de 
esquerda em 2018. Mas, se for condenado, não poderá fazê-lo”.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ, postou na sua página do 
Facebook um vídeo em que denuncia o absurdo que foi a coletiva de imprensa do MPF: "o que 
aconteceu ontem foi um atentado fascista à democracia brasileira". Assista.

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