quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Postiço extingue reserva no Amapá e Pará e libera mineração próxima a tribos indígenas


Temer entrega uma área de reserva florestal do tamanho do Estado do Espírito Santo e libera a 
região para atividade mineradora, pondo em risco as tribos indígenas e a biodiversidade


O governo Michel Temer extinguiu a Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados), localizada
nos Estados do Pará e Amapá, e agora passa a ser liberada a exploração de minérios pela iniciativa 
privada. A medida foi aprovada por meio de um decreto do presidente publicado nesta quarta-feira 
(23).
A área tem quase 4 milhões de hectares e fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o 
Noroeste do Pará. Rica sobretudo em ouro, mas também em minérios como tântalo, minério de ferro, 
níquel e manganês, tem grandes reservas naturais e fica próxima a áreas indígenas.
A Renca foi criada em 1984, ainda durante o regime militar. O governo mantinha em posse da União 
a área com alto potencial para exploração de ouro e outros minerais e restringia a busca por cobre, 
que era monopólio do governo. A extinção, proposta pelo Ministério de Minas e Energia em março, 
permite a concessão para exploração mineral. O argumento da pasta era de que a medida seria 
necessária para viabilizar o potencial mineral da região e estimular o desenvolvimento econômico da 
região.
Segundo reportagem do jornal O Globo, a expectativa do governo é iniciar os leilões das áreas para 
as empresas interessadas em explorar a área. No decreto, o governo destaca que a extinção da Renca 
“não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de 
conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.
A área engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas 
Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a 
Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as 
Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este.
Segundo ambientalistas, com a extinção da Renca e a liberação da mineração na área, os riscos de 
conflitos na região aumentarão drasticamente, além de por em risco a biodiversidade natural e a 
existência das tribos indígenas que habitam a área.
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