sábado, 22 de julho de 2017

Países da Alba rechaçam, em comunicado, ameaça de sanções dos EUA contra Venezuela


Membros da Alba, em foto de 2017: rechaço às ameaças dos EUA contra Venezuela. “O 
anúncio de impor sanções econômicas contra o povo venezuelano constitui uma clara violação 
do direito internacional e uma inaceitável aplicação intervencionista das leis estadunidenses", 
diz texto

Em comunicado divulgado na noite desta sexta-feira (22/07), os países da Alba (Aliança Bolivariana 
para os Países da Nossa América) – grupo composto por Venezuela, Antígua e Barbuda, Bolívia, 
Cuba, Dominca, Equador, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e 
Granadinas e Suriname – rechaçou a ameaça feita pelo governo de Donald Trump de impor sanções 
à Venezuela caso a votação para a Assembleia Constituinte, prevista para o próximo dia 30, ocorra.
“O anúncio de impor sanções econômicas contra o povo venezuelano constitui uma clara violação do 
direito internacional e uma inaceitável aplicação intervencionista das leis estadunidenses, que em 
nada contribui à resolução da situação que atravessa o país e que, além disso, impediriam seu 
desenvolvimento”, afirma a nota.
“Os países da Alba-TCP rechaçam àqueles países que não só ignoram o ordenamento jurídico 
venezuelano e o governo constitucional e legítimo do presidente Nicolás Maduro Moros, mas que 
também põem em risco o status da América Latina e do Caribe como zona de paz alcançada no 
encontro da Celac no ano de 2014”, prossegue.
Na terça-feira (18/05), Caracas anunciou o início de um processo de revisão "profunda" das suas 
relações com os Estados Unidos, depois de a Casa Branca ameaçar o país com "fortes e rápidas" 
sanções.
"Aviso, desde já, por instrução do presidente da República, que nós faremos uma revisão profunda 
com o governo dos EUA, porque nós não aceitamos humilhações de ninguém", disse o ministro de 
Relações Exteriores, Samuel Moncada, em uma declaração pela televisão.
"Ao nosso povo, aos nossos chefes militares, nacionalistas, revolucionários, e patriotas, aos nossos 
embaixadores no mundo todo, a todos os meios de comunicação, aos nossos amigos no mundo, este 
é um momento de definição", afirmou Moncada.
Dias antes do anúncio dos EUA, Maduro já havia dito que a Venezuela "é um país livre e soberano e 
não se deixa ameaçar nem intimidar por nenhum império deste mundo".
Relações entre os países
As relações diplomáticas entre a Venezuela e os Estados Unidos se mantêm em ponto morto desde o 
final de 2008, quando o então presidente Hugo Chávez expulsou o embaixador norte-americano 
Patrick Duddy. Ele foi acusado de supostamente estar envolvido em planos para matar o mandatário.
Desde então, e apesar de tentativas de ambos os governos para retomar seus laços diplomáticos, a 
relação de ambos países se mantém em níveis mínimos.
A oposição venezuelana anunciou nesta segunda que buscará um “governo de transição” e convocou 
uma greve geral para quinta (20/07) para tentar elevar a pressão contra a Constituinte promovida 
pelo Executivo.
A Venezuela é palco há mais de três meses de uma onda de protestos, principalmente contra o 
governo, que deixou, até o momento, mais de 90 mortos.
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