sexta-feira, 31 de maio de 2013

A INOPERÂNCIA DA FUNAI DIANTE DE MORTE

Índio Osiel Gabriel foi morto e ao menos três tiveram que ser atendidos no Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa após ação de reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS); em charge para o 247, cartunista critica omissão da Funai no caso


PREFEITURA DE SANTARÉM ACABA COM O "CASINHA DE LEITURA", O MAIOR PROJETO DE EDUCAÇÃO INFANTIL TAPAJÔNICO


O Professor Jefferson Junior com crianças do Casinha de Leitura.

No Blog do Espalha Brasa

O professor Jefferson Junior de Oliveira Souza, nesta sexta feira (31) publicou em seu perfil no Facebook,  uma carta aberta de agradecimento a toda a equipe de professores, profissionais e autoridades, pelo excelente trabalho prestado as Crianças nesta parte da Amazônia nos últimos 13 anos.
O Projeto Casinha de Leitura nestes 13 anos desenvolveu inúmeros trabalhos com temáticas alusivas ao fomento da leitura e escrita.
Da mediação da leitura a implantação de biblioteca escolar; da roda de histórias a confecção de livro artesanal; da teoria a prática; da contação de histórias a apresentação de espetáculos infantis; da orientação ao aluno a formação do professor.
O Casinha de Leitura é indispensável para nossas crianças da rede municipal, sua paralisação é mais um crime o que a Secretária Irene Escher, está cometendo com as nossas crianças.
O "Casinha de Leitura", não é um projeto do PT, é um Ponto de Leitura ligado a Rede Nacional de Bibliotecas, e não pertence a nenhum partido político, mas ao povo que de maneira voluntária e claro a prefeitura que tem a obrigação de custear e apoiar um projeto como esse de fundamental importância para as nossas crianças.

Leia aqui na íntegra o que escreveu o Professor Jefferson Junior 

VENHO A PÚBLICO AGRADECER A TODOS QUE ACREDITAM NOS TRABALHOS DO PROJETO CASINHA DE LEITURA. 

Com a esperança que o GOSTO PELA LEITURA pode fazer parte de um futuro bem próximo, o Projeto Casinha de Leitura ao longo de seus 13 (treze) anos vem desenvolvendo inúmeros trabalhos com temáticas alusivas ao fomento da leitura e escrita. Da mediação de leitura a implantação de uma biblioteca escolar; da roda de história a confecção do livro artesanal; da teoria a prática; da contação de histórias a apresentação de espetáculos infantis; da orientação ao aluno a formação do professor.
No intento de proporcionar em um ambiente acolhedor e prazeroso, proporcionando às crianças vivências significativas de leitura, escrita e respeito com o meio ambiente tendo como elemento motivador o lúdico, desenvolveu Caravanas de Leitura nas Escolas do Campo e da Cidade, Atividades Lúdicas, Culturais, Formação do Professor, Jogos, Apresentação de Espetáculos Infantis, Resgate da Cultura Oral através dos Livros Artesanais e de Cantigas Pedagógicas tradicionais.
Ao longo dos 13 (treze) anos, as conquistas foram IMENSURAVEIS, os brilhos nos olhos, os sorrisos e gargalhadas das mais de 96.000 (noventa e seis mil) crianças atendidas; a contribuição com a formação dos 5.800 (cinco mil e oitocentos) professores que discutiram, refletiram e renovaram suas práticas pedagógicas, melhorando assim, a qualidade do ensino no município; a parceria dos mais de 20.730 comunitários que nos receberam e participaram das atividades e os parceiros que acreditaram e possibilitaram a doação de 98.964 livros de literatura diversa que chegaram aos mais longínquos lugares da região do Tapajós contribuindo com a democratização gratuita do livro a todas as classes sociais; Lançamento dos CD’s “Casinha de Leitura para Ouvir e Ensinar” vol. 1 e 2, DVD “Brincando com Casinha” vol. 1; edição dos livros “Cantigas Pedagógicas” vol.1 e “Colorindo com Casinha”.
Em outubro de 2007 recebeu a MOÇÃO DE APLAUSOS nº 245/07, pela implantação do Projeto nas Escolas da Rede Municipal de Ensino (mini bibliotecas);
Em 2008 foi reconhecido pelo Ministério da Cultura recebendo o título de Ponto de Leitura em homenagem a Machado de Assis e passando a integrar a Rede Nacional de Bibliotecas;
Em 2012 recebeu a Placa da Sociedade Bíblica do Brasil, em Homenagem e Reconhecimento ao trabalho social realizado em parceria com a SBB no município de Santarém.
Com isso, venho Externar meus mais SINCEROS E CORDIAIS AGRADECIMENTOS, A TODOS que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento das atividades e conquistas desses resultados. A Prefeitura Municipal de Santarém, através da Secretaria Municipal de Educação, na pessoa das Professoras Lucineide Pinheiro, Maria Irene Boger, Marilza Serique e todas suas equipes que ao longo dos anos, devido o compromisso sério com o desenvolvimento qualitativo da educação em nosso município, reconheceram e apoiaram as ações do Projeto Casinha de Leitura; A Associação Vaga Lume, que se dedica imensamente em atividades que promova o protagonismo de pessoas, o desenvolvimento cultural e educativo implantando bibliotecas comunitárias em comunidades rurais da Amazônia na pessoa da Sra. Sylvia Guimarães - Presidente; A Sociedade Bíblica do Brasil, que doou mais 75.000 dos livros entregues as crianças; Ao escritor Gilberto Lopes que nos cedeu o espetáculo “Dona Baratinha: Lixo Amontoado, Rato Assanhado”; aos anônimos e declarados simpatizantes e admiradores por todo Brasil que através de um e-mail, comentário no face, no blog, um abraço, um sorriso, um aperto de mão, um tapinha na costa, externaram seu apoio e simpatia e ESPECIALMENTE a TODOS os ETERNOS EDUCADORES que são os principais responsáveis por todas as conquistas Juliana Betcel, Marcos Oliveira, Vera Pacheco, Lílian Tícia, Daniela Simone, Thiago Rodrigues, Elizane, Elno Rodrigues, Felipe Bandeira, Ana Célia, Crisciane, Márcia Reis, Pedro Carneiro, Walbert, Hozana Araújo, Leilly Silva, Alexandre Corrêa, Rosany Pereira, Carlos Bandeira, Eny Lopes, Max Oliveira, Shirley Castro, Juliane Bonfim, Andrea Riker, Luenny Fernandes, Ueliton Chaves, Relison Costa, Cristina Monteiro, Camila Rodrigues, Elza da Silva, Clariomar Souza, Joelma Viana, Selma Lopes, Alcinéa Rocha, Glauce Adriana, Silvana Lobato, Giselle Vidal, Tharles Oliveira, Danielly Chagas, Gleuciane Sousa, Josélia Neves, Luciana Hooff e Odaléa Azevedo.
Venho lembrar que o Casinha de Leitura por ser um Ponto de Leitura ligado a Rede Nacional de Bibliotecas não pertence a um partido político, não acabou, apenas se desvinculou da Prefeitura de Santarém, mas continuará desenvolvendo suas atividades normalmente em um novo endereço (Avenida Verbena, 18, casa “B”, Jardim Santarém, CEP – 68030-320, Santarém - Pará) com a parceria, apoio e reconhecimento da Sociedade Bíblica do Brasil, do Ministério da Cultura – MINC/Pontos de Leitura e novos parceiros que se dispuserem e acreditarem em nosso trabalho.
Que Papai do Céu derrame uma chuva de Bênçãos sobre todos recheada de vitórias e conquistas, que possamos alegrar corações, formar e conquistar novos e fecundos leitores.
Um Super Abraço Literário!!
Jefferson Junior de Oliveira Souza
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Zequinha Marinho nas barras do STF


No Blog da Franssi

Mais um peixe grande da política parauara caiu na rede do MPF e estápra lá de enrolado. Lembram do escândalo da “caixinha”? Pois é. Agora o STF abriu inquérito para investigar o deputado Zequinha Marinho (PSC-PA), acusado de peculato e concussão, por recolher 5% dos salários dos funcionários do seu gabinete parlamentar para a formação da tal “caixinha” do partido. Série de reportagens do Congresso em Foco mostrou como funcionava o esquema.
Na época, Zequinha Marinho, em entrevista, admitiu a prática, justificando, candidamente: “É uma coisa justa e correta. Se não quiser, não vai, não se mete em política. Todo mundo faz”.
O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, determinou que a Polícia Federal ouça 23 servidores e ex-servidores do gabinete do deputado que integravam uma lista de pessoas que contribuíam para a indigitadacaixinha.
Na segunda-feira passada, Zequinha Marinho disse ao Congresso em Foco que a contribuição é e sempre foi opcional. E que nem sabe quantos dos seus funcionários pagam os 5% ao PSC. O site parece ter mais interesse do que o deputado, porque em um levantamento não só identificou os pagantes como verificou que só três deles eram filiados ao PSC. Além do que há decisão do TSE segundo a qual mesmo servidores filiados não podem ser descontados em seus contracheques a título de contribuição partidária.
Em e-mail datado de 25 de março de 2011 à sua chefe de gabinete, Zequinha Marinho manda que ela peça ao então assessor de imprensa Humberto Santos Azevedo, que não queria pagar os 5% sobre o salário bruto, que “providencie com a maior brevidade possível o depósito”. A demissão veio, em novo e-mail do deputado, seis dias depois, ante a falta de pagamento.



LULA VIAJA À COLÔMBIA, EQUADOR E PERÚ POR INTEGRAÇÃO CONTINENTAL


Ex-presidente se encontrará com chefes de estado e receberá títulos de doutor Honoris Causa em 
universidade no Peru e de três instituições no Equador.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte neste segunda-feira (3) para a Colômbia, primeira etapa de uma viagem de cinco dias pela região andina, onde também visitará o Peru e o Equador.
Lula irá se encontrar com chefes de estado, debater programas sociais na Colômbia, e receber títulos de doutor Honoris Causa da Universidade Nacional Maior de São Marcos, no Peru, e de três instituições no Equador.
Na Colômbia Lula se encontrará com o presidente Juan Manuel Santos na terça-feira (4) de manhã, e verá uma apresentação dos programas sociais colombianos “Famílias en accion” e “Mujer Ahorradora”. O ex-presidente também fará uma palestra para empresários da Câmara de Comércio Brasil-Colômbia sobre a integração da América Latina.
Na terça-feira à noite, já em Lima, Lula se reúne com o presidente do Peru, Ollanta Humala.
No dia seguinte, quarta-feira (5), Lula fará uma palestra para a Câmara de Comércio Brasil-Peru sobre os 10 anos da Aliança Estratégica entre os dois países, firmada por ele com o então presidente peruano Alejandro Toledo, em 2003. Nesse período foi concluída a rodovia Transoceânica, que liga o Brasil ao litoral peruano, oferecendo uma alternativa de transporte de produtos brasileiros para o Pacífico e impulsionando a integração entre os dois países.
À tarde, Lula receberá o título de doutor Honoris Causa da Universidade Nacional Maior de São Marcos, a mais antiga universidade das Américas, fundada em 1551.
Na quinta-feira (6), em Quito, no Equador, Lula se encontra com o presidente Rafael Correa e recebe a Condecoração da Ordem Nacional de San Lorenzo.
Na sexta-feira pela manhã (7), Lula faz uma palestra para a Câmara de Comércio Equatoriana Brasileira e à tarde recebe títulos de doutor honoris causa concedidos por três instituições equatorianas: a Universidade Internacional do Equador, a Universidade Andina Simon Bolívar e a Escola Politécnica de Guayaquil.
Na própria sexta-feira Lula retorna para São Bernardo do Campo.
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Receita diária para nutrir o complexo vira-latas da Midia brasileira


Weden Alves

Compare a saúde pública do Brasil com a inglesa. Mas não compare com a dos EUA.
Compare o nosso ensino público com a França. Mas não compare com o do Chile
Compare o nosso PIB com o da China. Mas não compare com o da Grécia.
Compare nossa política com a da Dinamarca. Mas não compare com a da Itália
Compare nossos empregos com a Alemanha. Mas não compare com os da Espanha
Compare nossas casas e apartamentos cada vez menores e mais caros com os da Holanda. Mas não compare com os do Japão
Compare nossa democracia com a Suécia. Mas não a compare com o que existe na China
Compare o Brasil com países de alto padrão de vida (!), mas esqueça os outros 150 países do mundo...
Assim terá a certeza de que está num inferno.
Isso não é um surto nacionalista. Mas é preciso ser um pouco mais cauteloso nas comparações que, geralmente, são muito pouco eficazes. Pensar nossos problemas dentro de nossas realidades talvez fosse melhor. Que tal?
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Definição de terrorista


Multimilionária Yoani Sanchez retorna a Cuba após viagem por 13 países


Blogueira cubana Yoani Sanchez retorna a Cuba após viagem a 13 países

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A blogueira (?) cubana Yoani Sánchez voltou para Cuba, nesta quinta-feira, depois de uma viagem de mais de três meses por 13 países da América e da Europa, na qual fez duras críticas ao governo de Havana.
"O avião de regresso acaba de aterrissar em Havana. Agora falta atravessar a imigração e a alfândega", escreveu Yoani no Twitter.
Ela chegou em um voo da Air Europa, procedente da Espanha, onde concluiu a viagem iniciada no Brasil em 17 de fevereiro.
Yoani Sánchez, que era esperada no aeroporto pelo marido Reynaldo Escobar e por vários dissidentes (?), conseguiu (?) viajar, beneficiando-se de uma reforma migratória posta em vigor em janeiro.
No Brasil, onde iniciou sua primeira viagem internacional em nove anos, a cubana se transformou num tema de debates entre manifestantes e parlamentares pró e contra o governo cubista (???) que levaram a intensos protestos durante sua visita.
Ela também visitou os EUA, Peru, onde se reuniu com o Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, México, Itália, República Tcheca, Polônia, onde conversou com o ex-presidente Lech Walesa, Suécia, Suíça, Alemanha, Noruega e Holanda.
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CHARGE

CALMON: STF NÃO TEM CORAGEM DE ABSOLVER DIRCEU


Eliana Calmon: não há base para manter as condenações !

BOM JUIZ É O QUE JULGA SEM SE PREOCUPAR COM A OPINIÃO DA MÍDIA.

Em nenhum país democrático, em lugar algum onde os direitos fundamentais das pessoas sejam respeitados, se admite que alguém seja submetido a um único julgamento, sem direito a recurso / apelação.
Quando alguém é julgado em última instância, é por já ter passado por instância anterior / inferior na hierarquia da Justiça. No Brasil, para condenar com toda a PRESSA, PRESSA, PRESSA, cometeu-se a aberração de levar RÉUS da AP 470 sem direito ao FORO PRIVILEGIADO a serem julgados no STF. 
Veio então a alegação de que, isso era LEGAL e não feria esse direito básico dos Réus, por terem eles direito a apresentar embargos, e até a um novo julgamento quando obtivessem 4 votos pela sua absolvição. Alguns RÉUS obtiveram os tais votos, foram condenados por 5 X 4 numa votação apertada e que evidenciou a DIVISÃO do STF.
Isso posto, fica claro que os EMBARGOS, são legais, são justos e podem sim mudar o resultado de algumas condenações, o que parece assustar a Ministra Eliana Calmon - ex-CNJ e atual STJ. Em matéria publicada em O Globo - 25/05 - pág. 08 - a Ministra se declara 'CÉTICA' quanto à possibilidade de os condenados à prisão no processo do mensalão irem efetivamente para a cadeia. Segundo o jornal, depois dos RECURSOS DOS CONDENADOS à decisão do plenário do STF, ela considera que a decisão ficou incerta.
É o caso de se perguntar, se de fato tais condenações, tais votos, tais decisões foram justas e acertadas, qual o motivo de agora os recursos terem essa capacidade de mudar o resultado ? Ora, venderam a versão de que haviam provas para condenar, e condenar com severidade, mas, parece que não foi bem assim, tanto é que a ministra do STF Eliana Calmon entende que "AS COISAS FICARAM MUITO "TUMULTUADAS", após os recursos..
A MINISTRA diz que não está sendo fácil para O STF, e que é "um pouco preocupante" o fato de que os recursos sejam apreciados. Termina ainda dizendo que 'será muito decepcionante para a sociedade brasileira, que acreditou muito nele (no STF e no julgamento), dando a entender que, tem que manter a condenação para não desmoralizar o STF e a JUSTIÇA.

Decepcionante é ver que existe uma PRESSÃO para que, mesmo que se entenda que algumas condenações e tempo de pena devam ou possam ser revistos, autoridades do JUDICIÁRIO se manifestem preocupadas com fato de que a JUSTIÇA esteja sendo feita, pelo simples respeitar dos direitos fundamentais de apresentação de recursos.
Se a opinião pública não fosse manipulada pela grande MÍDIA, e se não houvesse essa verdadeira fixação de se ver DIRCEU NA CADEIA, o STF que se deixou levar pelos holofotes, invertendo o ÔNUS DA PROVA e aplicando a teoria do 'só podia saber', não estaria nessa suprema sinuca de bico.
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INSACIAVEL


O secretário de Comunicação Ney Messias: anos de trabalho para Orly e a Griffo, que recebe 
milhões em propaganda do governo. (Foto: Agência Pará)

No Blog da Perereca

Qual a quantidade de dinheiro que fica realmente com a Griffo Comunicação, dessa bolada que poderá chegar a mais de R$ 70 milhões, até o final de 2014?
É difícil dizer, caro leitor.
A Perereca da Vizinha conversou com publicitários e jornalistas, que só concordaram em falar ao blog sob a condição de não terem de se identificar.
Eles garantem que a Griffo, por força de cláusulas contratuais, só deve ficar com 15% desse dinheiro, para intermediar a veiculação de anúncios, e com uns 10% sobre os valores pagos a gráficas e produtoras de rádio e TV, quando acompanha a execução dos anúncios que concebe.
O problema é que os únicos documentos acessíveis ao distinto público comprovam apenas a entrada desse dinheiro nos cofres da Griffo: são as notas de empenho que você viu aqui, todas devidamente pagas, conforme informações do portal da Transparência, mantido pelo próprio Governo Estadual.
O destino desse dinheiro depois que ele entra nos cofres da Griffo é um mistério para o contribuinte.
É certo que a Griffo repassa a maior parte dessa bolada para os veículos de comunicação que divulgam a propaganda oficial.
Mas não se sabe quais são esses veículos, quanto é que recebem ou quais os critérios para receberem este ou aquele valor.
Porque a finalidade dessa triangulação é justamente esta: ocultar os nomes dos principais beneficiários desse derrame de dinheiro público.
Os donos de agências de propaganda, aqueles que se dispuseram a conversar com a Perereca, alegam que o fato de as agências ficarem encarregadas de pagar os veículos de comunicação simplifica o processo de pagamento, e até evita a “obrigatoriedade de licitação”, para a veiculação de anúncios neste ou naquele jornal.
Tudo lári-lári.
Não há nada que impeça que o Governo pague diretamente os veículos de comunicação.
E, se houvesse, bastaria uma lei ou até uma simples cláusula num edital de licitação, para resolver tal problema.
Mas aí os pagamentos do Governo a jornais, rádios, Tvs, blogs, sites, e até a jornalistas, teriam de estar acessíveis pela internet, como determina a Lei da Transparência.
E o contribuinte, que é obrigado a bancar essa festa de arromba, poderia até acompanhar, através de entidades civis, o número de vezes que esses anúncios são veiculados, para checar se isso corresponde, de fato, ao que é pago pelo Governo.
Há mais, porém.
Quem fiscaliza o repasse de dinheiro pela Griffo aos veículos de comunicação é a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado (Secom).
O problema é a estreita relação da Griffo com esses governos (que, em geral, ajudou a eleger), e até com as pessoas escolhidas para comandar a Secom.
Exemplos: o atual secretário de Comunicação, Ney Messias, e a adjunta dele, Simone Romero.
Ambos já trabalharam em campanhas eleitorais comandadas pelo dono da Griffo, o marqueteiro Orly Bezerra.
Simone, por exemplo, foi escolhida por Orly para trabalhar como assessora de Simão Jatene ainda em dezembro de 2009 ou janeiro de 2010, ou seja, ainda na fase de pré-campanha do atual governador.
E permaneceu como assessora de Jatene durante a campanha eleitoral de 2010, sempre sob o comando de Orly, e trabalhando, inclusive, dentro da Griffo.
Já a relação de Ney Messias com Orly Bezerra e a Griffo é ainda mais antiga.
Ney trabalha nas campanhas eleitorais comandadas por Orly desde meados da década de 1990.
E, também, já prestou serviços à própria Griffo, para a criação de anúncios para o Governo do Estado, junto com uma empresa que teria sido ligada a ele: a Voice.
É verdade que Ney Messias é um excelente profissional, e do qual se desconhece envolvimento em maracutaias.
Mas o fato é que ele é um costumeiro prestador de serviços a Orly e à Griffo, para a qual agora assina a liberação de milionárias verbas de propaganda.
É uma situação parecida com a de alguns integrantes das comissões que avaliaram as propostas técnicas das agências, nas duas últimas licitações que a Griffo ganhou: as concorrências públicas para os contratos de propaganda do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
No Diário Oficial do Estado de 18 de abril de 2011, caderno 1, páginas 10 e 11, consta que os três integrantes da comissão técnica da licitação do Governo foram escolhidos, por sorteio, dentro de um grupo de nove jornalistas e publicitários:
1) Mauro Lima, diretor de publicidade e propaganda da Secom;
2)Simone Romero, secretária adjunta de Comunicação;
3)Luís Cláudio Rocha Lima, presidente da Imprensa Oficial;
4) Bernadette Dopazzo, mais conhecida como Betty Dopazzo, diretora de Comunicação integrada da Funtelpa;
5) Sérgio Chene, assessor de Comunicação;
6) Marlicy Bemerguy, assessora de Comunicação;
7) Walbert Monteiro, então diretor de Relações Institucionais do Tribunal de Justiça do Pará;
8) Iran (Irisvaldo) de Souza, então assessor de Comunicação da Assembleia Legislativa;
9)Sílvia Salles, jornalista
Pois muito bem: desses 9, pelo menos 5 já trabalharam em campanhas eleitorais comandas por Orly.
São eles: Simone Romero, Luís Cláudio Rocha Lima, Betty Dopazzo, Marlicy Bemerguy e Iran de Souza.
Todos trabalharam, por exemplo, na campanha eleitoral de Jatene, em 2010, dois deles, aliás, dentro da Griffo: Simone e Luís Cláudio Rocha Lima (que levou pelo menos UMA esculhambação impressionante de Orly, ouvida em boa parte da agência).
Já Betty Dopazzo, Marlicy Bemerguy e Iran de Souza trabalharam em várias campanhas comandadas por Orly e prestam serviços à Griffo desde meados da década de 1990 – pelo menos.
Ao final dos sorteios, a Comissão Técnica ficou assim: Mauro Lima, Walber Monteiro e Simone Romero.
Na Assembleia Legislativa, uma situação semelhante.
Segundo o Diário Oficial do Estado de 11 de setembro de 2012, caderno 7, página 6, eis a lista do grupo de nove jornalistas e publicitários, do qual saiu a comissão técnica do certame:
1)Iran (Irisvaldo) de Souza, então assessor de Imprensa da Alepa (o mesmo que esteve na licitação acima e que hoje é assessor de Comunicação da Prefeitura de Belém);
2)Ana Claudina Melo dos Santos, jornalista e funcionária da Alepa;
3)Cesar Renato Monteiro da Costa, assessor de imprensa;
4)Lília Soares Affonso, assessora de imprensa;
5)Micheline Ferreira, assessora de imprensa;
6)Pâmela Pimentel dos Santos, redatora;
7) Simone Romero, secretária adjunta de Comunicação do Governo (a mesma da licitação anterior);
8) Danielle do Socorro Filgueiras da Silva, assessora de Comunicação no Governo do Estado;
9) Janise Abud Barreto, assessora de Comunicação da Casa Civil do Governo do Estado.
Desses, pelo menos cinco já trabalharam em campanhas eleitorais comandadas por Orly e já prestaram serviços à Griffo: Iran de Souza, Simone Romero, Lílian Affonso, Janise Abud e Micheline Ferreira – que, aliás, também trabalha há anos como assessora do deputado Manoel Pioneiro (PSDB), que presidia a Alepa na época da abertura da licitação.
E a comissão técnica que julgou as propostas dos concorrentes do certame ficou assim: Simone Romero, Iran de Souza e Ana Claudina Melo dos Santos – a Dina Santos, a única que, até onde se sabe, nunca teve qualquer relação com a Griffo.
Uma sangria impressionante
Os R$ 31 milhões já recebidos pela Griffo Comunicação e Jornalismo, em apenas um ano e meio de trabalho, são, porém, apenas uma pequena parte da impressionante verba de propaganda do Governo do Pará.
Além da Griffo, há outras cinco agências que atendem o contrato de propaganda do Governo Jatene, que já alcança mais de R$ 36,5 milhões anuais.
Na verdade, o PPA (Plano Plurianual) previa que os gastos em propaganda somassem R$ 174 milhões, no período entre 2012 e 2015.
Essa previsão, no entanto, deve ser ultrapassada.
Só no ano passado, o Governo gastou mais de R$ 42,3 milhões em propaganda institucional, publicidade legal e de utilidade pública, conforme o balancete de dezembro, que está no site da Secretaria da Fazenda (Sefa).
Os números, no entanto, não incluem os gastos em propaganda do Banpara ou os mais de R$ 13,4 milhões da rubrica “serviços gráficos”, na qual o Governo costuma encafuar alguns gastos em propaganda.
Já a previsão revisada do PPA é a de que o Governo gaste quase R$ 134,9 milhões apenas em “ações de publicidade”, entre 2013 e 2015.
Esses R$ 134,9 milhões não incluem, no entanto, os mais de R$ 4,9 milhões que serão gastos, no mesmo período, em avisos e editais; e os R$ 717,6 mil destinados à comunicação institucional.
Assim, essas despesas devem atingir, no total, mais de R$ 140,5 milhões.
O que, somado ao que foi torrado em 2012, faz com que os gastos em propaganda do Governo possam chegar a quase R$ 183 milhões até 2015 – ou cinco vezes o que foi gasto na construção do Hospital Metropolitano, que ficou, em valores atualizados pelo IPCA-E, em R$ 36 milhões.
Leia nas próximas reportagens da série “Griffo, a Insaciável”:
_Dono da Griffo subestima valores recebidos em campanhas eleitorais e nem aparece nas prestações de contas de algumas delas;
_Os parentes de Orly Bezerra empregados no Governo e na Prefeitura e os valores que recebem em cargos de direção e assessoramento;
_Uma overdose de propaganda: os preços cobrados pela veiculação dos anúncios do governo;
_As campanhas realizadas por Orly e as licitações que ganhou.
E veja, nos quadrinhos abaixo, documentos e informações obtidas na internet, mostrando os gastos de propaganda do governo e a relação entre Orly, a Griffo, o secretário de Comunicação, Ney Messias, e integrantes das comissões técnicas das licitações do Governo e da Alepa.
Aqui, uma foto da equipe de marketing da campanha eleitoral de Jatene, em 2010, comandada por Orly. Nela aparecem Ney Messias, Simone Romero e Betty Dopazzo (a foto é do blog do poeta Ronaldo Franco):
LEIA MAIS
Não perca a próxima reportagem da série “Griffo, a insaciável”, que bomba no Face e já começa a repercutir fora do Pará!
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“Meu irmão levou o tiro do lado em que o grupo da PF estava”, denuncia Otoniel Terena


Oziel Gabriel morreu na manhã desta quinta-feira, 30, depois de ser levado com graves 
ferimentos de arma de fogo. De acordo com irmão de indígena assassinado, os policiais se 
dividiram em três grupos: "Ouvimos tiros vindos de lá, do lado da PF;   

Renato Santana de Brasília (DF)

Otoniel Terena, irmão de Oziel Gabriel, indígena morto na manhã desta quinta-feira, 30, durante reintegração de posse em área da Terra Indígena Buriti (MS), tem uma certeza: o tiro que matou Oziel partiu de um grupo de policiais federais que tentava retirar os Terena da fazenda de Ricardo Bacha incidente no território tradicional. O indígena afirma que o atirador estava entre 10 e 20 metros de Oziel.
“Meu irmão levou o tiro do lado em que a PF estava. Os policiais se dividiram em três grupos. Eu estava com outros indígenas no lado dos policiais militares; meu irmão do lado da PF. Ouvimos tiros vindos de lá, do lado da PF. Depois vieram carregando o Oziel, para levá-lo ao hospital”, conta com voz embargada Otoniel. A Polícia Federal assumiu ter usado arma letal.
Além da Polícia Federal, a Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe), batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, também atuou na tentativa de reintegração de posse. Outro indígena, Cleiton França, conforme repetidos relatos dos indígenas por telefone, foi atropelado por uma caminhonete da PF. Ele quebrou a clavícula e está internado num hospital de Aquidauana (MS).
Os 3.500 Terena seguem na área retomada, alvo da reintegração de posse. Foram levados para a sede da Polícia Federal 15 indígenas presos durante a ação. A informação é baseada no levantamento dos próprios indígenas. Conforme o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Flávio Vicente Machado a polícia iria liberar os presos depois de colher depoimentos.
Otoniel não quer consolo. “Deram um tiro no meu irmão que a bala varou o corpo. Destruiu tudo por dentro. Ele não teve chances de sobreviver”. O indígena afirma que a polícia não negociou: “Chegaram atirando. Pensamos que era arma com bala de borracha. A terra é algo comprovada como nossa. São bandidos. Tudo culpa desse fazendeiro Ricardo Bacha. Ele disse que ia morrer gente e a palavra foi cumprida. Quero Justiça. Polícia matou meu irmão que deixou dois filhos e uma esposa”, diz.
Conforme relato de indígena que preferiu não se identificar, Ricardo Bacha estava presente entre os policiais militares da Cigcoe, enquanto avançavam sobre os indígenas. “Nossas armas eram pedras e paus. Acontece que a polícia não permitiu a entrada de jornalistas e observadores. Ontem o delegado disse que ia nos notificar, mas não fez isso. Entraram matando; mataram meu irmão e eu quero justiça. Para começar, ficaremos na terra”, frisa Otoniel.
O corpo de Oziel está sendo velado pelo povo Terena na aldeia Córrego do Meio, Terra Indígena Buriti. Será enterrado no território em que morreu, declarado indígena desde 2010 e ainda com áreas nas mãos de fazendeiros como Ricardo Bacha, ex-deputado estadual (PSDB) e ex-candidato a governador do estado do Mato Grosso do Sul.
Oziel: luta pela terra
Oziel Gabriel tinha 35 anos e morava na aldeia Córrego do Meio. Deixa uma esposa e dois filhos. Desde cedo lutava pela ocupação da terra tradicional do povo Terena, ao lado do avô. Há dois meses participou da retomada da Fazenda Santa Helena (Córrego do Meio), uma das áreas da Terra Indígena Buriti, declarada com 17.200 hectares, dos quais os Terena ocupam pouco mais de 1 mil.
“A esposa está muito chocada, com base de medicamentos. O filho está em desespero. Como faremos justiça? Quando vão punir quem mata índio? A terra é nossa e sempre foi”, encerra Otoniel.
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Abaré: interiorização da medicina. Por que perdê-la?


por Fábio Tozzi
Coordenador adjunto do curso de medicina UEPA


O debate sobre o Abaré I, que se tornou referência nacional de saúde nas regiões de rios da Amazônia, deve ser entendido não como um problema, mas como uma forma de mobilizar oportunidades para a interiorização da medicina na nossa região, como uma política pública integradora de atendimento e de ensino na área de saúde.
A discussão já vai longe e me manifesto trazendo à tona alguns elementos que considero importantes, como médico que vivenciou essa experiência por 4 anos, e atualmente como coordenador adjunto do curso de medicina UEPA – Universidade Estadual do Pará.
A construção do modelo de atendimento em saúde aos ribeirinhos por meio do Barco Abaré I trouxe não apenas a melhoria das condições de saúde da população que vive distante dos centros urbanos, que de fato sempre foi seu principal objetivo, mas também resultou em referências que devem ser levadas em consideração no atual contexto.
Especialmente num momento em que o Brasil discute a necessidade de interiorização dos médicos, dada a carência nas pequenas e médias cidade, principalmente no nordeste e norte do país, e mais ainda na realidade das zonas rurais.
A primeira delas é o fato de que, além do trabalho de atenção básica de saúde realizada no Abaré I, foi também possível, pelo caráter inovador do projeto, mobilizar diversas parcerias, para a realização de jornadas de cirurgias, que tiveram impacto positivo na demanda reprimida de patologias simples que hoje impactam o sistema de saúde, na área de oftalmologia (cataratas e pterígios), odontologia (caries e próteses) e hérnias.
Somente entre 2009 e 2011, foram realizadas uma média de 4 jornadas, com a realização de 600 cirurgias. Isto demonstra a capacidade que um projeto como esse tem ajudando na mobilização e atração de profissionais médicos para a região, mesmo que não de forma permanente, mas contribuindo para diminuir a grande demanda existente.
Outro aspecto relevante é que a infraestrutura do barco, com laboratórios, farmácia, consultórios médicos, de enfermagem e odontologia, permitia não apenas a atenção básica adequada ao controle da saúde dos ribeirinhos incluídos nos programas de Saúde da Família, com impactos positivos em vários indicadores de saúde como vacinação, desnutrição, aleitamento materno, aderência nos programas de hiperdia, PCCU, e pré natal.
Esta estrutura permitia também dar suporte aos programas de prevenção, capacitação de agentes comunitários de saúde, e ao receptivo de residentes médicos à bordo. As parcerias com as universidades possibilitaram o desenvolvimento de linhas de pesquisas e trabalhos científicos que envolviam sempre a visão da academia voltadas para a solução de problemas de saúde comunitária, o que chamamos de Trabalhos científicos de base comunitária- com realização de varios TCC, TCA e teses.
Além disso, com essas parcerias, conseguíamos ter a presença de mais profissionais além dos raros médicos oriundos das secretarias de saúde que se dispunham a este tipo de trabalho. Além do médico chefe das equipes, contávamos sempre com médicos residentes e alunos do quinto ao sexto ano de formação e enfermeiros oriundos não só das universidades locais, mas também de outras universidades, como a USP, UFSC, UNB, UFPB, UFPA; UNICAMP etc.
Portanto, tratava-se de um verdadeiro estágio de interiorização que expandia a capacidade de atenção e a qualidade nos atendimentos, como observamos hoje no Hospital Municipal de Santarém, a grande contribuição de internos e médicos residentes supervisionados, frente à grande demanda existente melhorando a qualidade do atendimento.
Com isso conseguimos ter uma resolutividade de 93%, ou seja, somente 7% dos pacientes precisavam se deslocar até a cidade, pois a maioria dos problemas eram resolvidos ali mesmo à bordo. Isso portanto, significava um atendimento de qualidade, resoluto, que além de tudo, ainda diminuía a pressão ou aumento dos pacientes nos postos e hospitais já saturados da cidade.
A UEPA formou no ano passado sua primeira turma de médicos. Sempre acreditamos ser fundamental permitir aos estudantes de medicina que pudessem ter uma formação também voltada às demandas das populações rurais. Ano passado foi criado na UEPA o Programa de Residência Médica em Saúde da Família . O programa de saúde da família fluvial possibilita que os médicos residentes tenham a chance de aprender como praticar a medicina nas áreas ribeirinhas.
É neste ponto, como coordenador adjunto do curso de medicina da UEPA, que vejo uma grande perda, tanto para as comunidades, quanto para nossos alunos, e também para as outras universidades parceiras e associações médicas, que poderiam continuar atraindo oportunidades de oferta de serviços de saúde para nossa região.
Olhando o debate hoje no Brasil, do desafio de interiorização da medicina, temos um modelo que vinha se demonstrando efetivo para as áreas ribeirinhas, pois unia condições de trabalho, e uma forma inovadora e atrativa, com a formação de equipe de saúde voltadas às comunidades às margens dos rios.
O modelo gerado e desenvolvido aqui no Tapajós já está sendo replicada através da portaria ministerial 2191 em outros Municípios da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul. 
No entanto, aqui estamos vendo toda essa construção ser conduzida de uma forma reducionista, sem levar em conta todo seu potencial.
A falta de uma solução definitiva por parte do poder público municipal, para a permanência do Abaré I no Tapajós, ficando refém do aluguel do Barco, inviabiliza a continuidade de todo esse movimento. Até mesmo a regularidade da presença do barco nas comunidades, responsável pela melhoria dos indicadores de saúde, começa a ser prejudicado. Apenas em maio o Abaré I fez sua primeira viagem e algumas comunidades reclamam da ausência de médicos à bordo.
Se não houver uma solução definitiva para a permanência do Abaré I no Tapajós, aproveitando as oportunidades manifestadas pelo Ministério da Saúde para sua aquisição, poderá ser uma perda para todos. Para as comunidades, as universidades, e a política municipal de saúde. Porque perder essas oportunidades?
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MARINA PEDE EMPENHO PÚBLICO NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE


“Como a esperança não precisa morrer de véspera, que tal sonhar que o governo resolva iniciar um processo de redução de tantos danos? Destravando pelo menos a agenda de criação das unidades de conservação, que está paralisada, deixando prejudicadas as comunidades tradicionais”, disse a ex-senadora e possível candidata à Presidência em 2014 pelo Rede Sustentabilidade.

Sonhar não ofende

Na próxima semana serão plantadas muitas árvores e feitos muitos discursos. Faz tempo que a Semana do Meio Ambiente mostra o quanto o Brasil está preso a uma repetição retórica e prática. A mudança é para pior: se antes era "mais do mesmo", agora é menos do mesmo.
A governança ambiental construída a duras penas buscava superar o embate simplório entre destruidores e defensores de uma natureza sempre considerada externalidade, longe do centro econômico da vida social. Reforçando o controle e a participação social, fortalecendo as instituições, incentivando o desenvolvimento sustentável, buscávamos transitar para uma sociedade em que a "questão ambiental" estivesse integrada a todos os aspectos do desenvolvimento.
Dez anos depois, já seria tempo de dar um passo adiante. Mas nem a mais atrasada ideia de "progresso a qualquer preço" é capaz de explicar o retrocesso que o governo brasileiro e sua base parlamentar promoveram nos anos recentes.
Profundo a ponto de se constituir na grande marca do atual governo, o retrocesso acontece justo nos anos em que a humanidade mais necessita de liderança estratégica para evitar o aquecimento de dois a seis graus que a ciência projeta, agora que a concentração de gases estufa ultrapassou todos os limites.
E os limites do Brasil? O "novo" Código Florestal, celebrado como uma vitória dos ruralistas, um ano depois de aprovado, mostra que é uma simples "licença para desmatar". Mas também temos o drama indígena em Belo Monte, e a violência em tantas outras aldeias, a redução de unidades de conservação, a perda de controle sobre o desmatamento e uma interminável fila de agressões contra o futuro.
Alguns casos atingem as bases da economia. 
No próximo leilão de energia só se permitem propostas para contratar termelétricas. São proibidos projetos de energia eólica, uma fonte mais barata e menos poluente. Há projetos aprovados de energia eólica, mas a Chesf não consegue entregar as linhas de transmissão. Pagamos caro pela falta de planejamento e pela obsessão por combustíveis fósseis.
E haja espaço para elencar tanto retrocesso. Mas como a esperança não precisa morrer de véspera, que tal sonhar que nesta Semana do Meio Ambiente, o governo resolva iniciar um processo de redução de tantos danos? Destravando pelo menos a agenda de criação das unidades de conservação, que está paralisada, deixando prejudicadas as comunidades tradicionais, como as da Reserva Extrativista Rio Branco-Jauaperi, na divisa entre Roraima e Amazonas, e a biodiversidade da região do Boqueirão da Onça, no Vale do São Francisco. Sonhar não ofende.
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E continuamos a matar os índios


Desta vez, a vítima foi o terena Oziel Gabriel, de 35 anos o indígena Iziel Gabriel, morto aos 35 anos.

Por: Camila Emboava - Do Mato Grosso do Sul

Na manhã de ontem (30), o indígena da etnia Terena Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto durante reintegração de posse em área retomada pelos Terena, na Terra Indígena Buriti, município de Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul, a 70 quilômetros da capital, Campo Grande.
Durante a ação a Polícia Federal utilizou bombas de gás lacrimogêneo, armas de bala de borracha e armas de fogo. Outros cinco indígenas estão hospitalizados e um cinegrafista também foi ferido. Os indígenas estão refugiados na mata e disseram que vão resistir.
Uma notícia lamentável que, de certa forma, a mídia sul-mato-grossense sabia que ia ter que dar mais cedo ou mais tarde desde o último dia 20, quando os Terena resistiram à primeira tentativa de reintegração de posse.
Na ocasião um delegado da PF confiscou ilegalmente equipamentos do jornalista do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Ruy Sposati. O vídeo foi publicado pelo Diário.
É absurdo que a polícia insista em fazer reintegrações sem a presença de autoridades de defesa dos direitos humanos e “para preservar a imprensa” também barre a entrada dos jornalistas.
Mas agora um inquérito da Polícia Federal vai apurar a morte do indígena e a atuação policial. Ok.
No dia 15, os indígenas ocuparam a Fazenda Buriti, que oficialmente ainda pertence ao ex-deputado estadual Ricardo Bacha.
A propriedade fica dentro dos 17.200 mil hectares identificados em 2001 como Terra Indígena do Buriti pela Funai. No mesmo ano, fazendeiros da região solicitaram a nulidade da identificação antropológica na Justiça Federal de Campo Grande.
Em 2004, o juiz decidiu pela anulação. Depois desta decisão, o Ministério Público Federal e a Funai moveram recursos para o Tribunal Regional Federal da 3º Região, em São Paulo, que em 2006 reconheceu que a terra era indígena sim e determinou o prosseguimento da demarcação.
Os fazendeiros entraram com recurso. Em 2010, foi publicada a Portaria Declaratória dos limites da Terra Indígena Buriti pelo Ministério da Justiça.
Mas em 2012 os fazendeiros conseguiram decisão favorável aos recursos. Atualmente cerca de cinco mil índios vivem em apenas 2 mil hectares.
O contexto da retomada é um momento desfavorável para os indígenas quanto à questão territorial.
No dia 28, parlamentares de Mato Grosso do Sul e produtores rurais se reuniram com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e decidiram pela perda da autonomia da Funai (vinculada ao Ministério da Justiça) para demarcações de terras indígenas no estado.
Os outros órgãos que deverão ser envolvidos no processo são: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Como disse o procurador da República Emerson Kalif Siqueira, do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul, “os direitos indígenas tornaram-se a moeda de troca do governo com a bancada de apoio no Congresso Nacional”.
Em uma assembleia no começo do mês, os indígenas leram um texto que afirmava que o ideal indígena “está na contramão dos que consideram a terra e seus recursos como produtos de consumo. A mãe terra não pertence aos índios, são eles que pertencem à terra”.
A maioria dos brasileiros que eu conheço não entende. Não entendem por que os índios continuam lutando pela terra, por que insistem em resistir quando a justiça decide contra, quando o próprio governo brasileiro sinaliza que o ideal indígena não cabe no ideal desenvolvimentista do Brasil.
Os indígenas e os modos de viver das populações indígenas não parecem ser considerados brasileiros pelos brasileiros não-índios.
Já ouvi algumas vezes que é natural, inevitável, e que até seria melhor para eles que se integrassem à sociedade e conquistassem qualidade de vida. É o progresso. É a bandeira do Brasil.
O Brasil não conhece o Brasil. O professor e pesquisador da UNI-Rio e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro José Bessa afirma que um dos problemas é que temos o hábito de enxergar o Brasil pela perspectiva dos conquistadores, como se o Brasil começasse apenas com a vinda dos portugueses.
Para entender o país de uma forma mais completa é preciso descer da caravela e emprestar os olhos dos povos que observavam a chegada de forasteiros.
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BANCO CENTRAL CEDE AO PIF – O PARTIDO DA INFLAÇÃO


Que o Tombini não se converta ao Meirellismo: derrubar a economia quando ela precisa de gás.

Saiu no PiG: COPOM DECIDE AUMENTAR SELIC EM 0,5 PARA 8%

O Banco Central não resistiu à pressão do PIF, o Partido da Inflação.
(O deputado Fernando Ferro, responsável pela criação do PiG, cunhou também esse maravilhoso PIF.
A Urubóloga é a porta-bandeira dos dois.)
PIF é o pessoal que acredita nessa inflação que a Globo nacionaliza através de seus telejornais (?): o pepino sobe na Moóca e o jornal nacional faz o pepino subir em Manaus.
(E o Bernardão quieto …)
Como demonstra o Valor, uma espécie de corneta do “mercado”, nem o “mercado” achava necessário mais do que um aumento de 0,25.
Como o PIB cresceu 0,6%, havia outro motivo para subir só 0,25 – se é que seria o caso de elevar a Selic, já tão alta.
Espera-se que o Tombini não se converta ao Meirellismo: derrubar a economia quando ela precisa de gás.

Paulo Henrique Amorim
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quarta-feira, 29 de maio de 2013

FERNANDO FERRO: GURGEL NÃO TEM MORAL PARA DEFENDER O MINISTÉRIO PÚBLICO


Ferro queria levar o Policarpo e o Robert(o) Civita à CPI que odarelou.

Saiu no Viomundo: FERNANDO FERRO: GURGEL NÃO TEM MORAL PARA DEFENDER O MINISTÉRIO PÚBLICO

ABAIXO, DISCURSO FEITO HOJE, NO PLENÁRIO DA CÂMARA, PELO DEPUTADO FERNANDO FERRO (PT-PE)

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) – Deputado Fernando Ferro.
O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero aqui manifestar a minha preocupação com o debate da PEC 37.

Em princípio, eu acho que nós não podemos reduzir o processo investigatório. E me parece que os inquéritos com a participação do Ministério Público dão mais segurança ao processo de investigação.
No entanto, a ação do Procurador Roberto Gurgel termina prejudicando essa PEC. Ele não tem mais autoridade moral para vir a esta Casa pedir defesa e mobilização dos Parlamentares contra essa PEC pela sua postura em defesa do Carlos Cachoeira, pelas gravíssimas denúncias que aqui foram trazidas pelo Deputado Delegado Protógenes sobre a relação da esposa dele com o Daniel Dantas.
Então, eu gostaria de sugerir ao Ministério Público que buscasse outras maneiras de defender as suas prerrogativas constitucionais que estão sendo ameaçadas pela PEC 37.
Por isso, reafirmo aqui a intenção de participar desse debate.
Em princípio, sou pela manutenção dos direitos do Ministério Público.
Eu tenho acompanhado, tenho visto o papel do Ministério Público como instituição.
Lamentavelmente o Sr. Roberto Gurgel, que felizmente está saindo do Comando do Ministério Público, não tem autoridade moral para conduzir esse debate. Suas ações desastradas recentes terminaram contribuindo para criar na Casa um clima contrário a suas pretensões.
Portanto, sugiro que ele se afaste do processo para contribuir com o debate político e seja, evidentemente, parceiro por omissão. Talvez, assim, ele contribua melhor no sentido de preservar as prerrogativas do Ministério Público. Ele não tem hoje autoridade política e moral para defender o Ministério Público, está no final da carreira e é uma pessoa que atuou de maneira seletiva para defender e omisso em relação a Carlos Cachoeira. Em outros crimes também foi omisso.
Portanto, o Sr. Carlos Gurgel não tem autoridade moral para conduzir essa discussão aqui na Casa.

Em tempo: como sugere o genial Bessinha, recomenda-se a leitura de “Gurgel trabalha para a Globo”.

Clique aqui para ver que o senador Fernando Collor denunciou Gurgel, Civita e o Caneta na CPI que odarelou.
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CAI A MÁSCARA DE GURGEL


O fio de máscara que tinha sobre o Gurgel cai nessa. Quando Fernando Collor e Renan decretam o impeachment de Gurgel ?

Saiu no GGN: JUIZ ALI MAZLOUM NEGA APREENSÃO DE DE DINHEIRO COM PROTÓGENES

Juiz titular da ação que resultou no inquérito contra Protógenes Queiroz, o juiz Ali Mazloum negou qualquer apreensão de dinheiro nas buscas efetuadas na casa do deputado Protógenes Queiroz, conforme sustenta o parecer assinado pelo Procurador Geral da República Roberto Gurgel e por sua esposa, a subprocuradora Carmen Sampaio:
“Isto é fantasia. Em nenhum momento apareceu qualquer apreensão de dinheiro. Acho grave uma acusação baseada em informações falsas”, afirmou o juiz.
A denúncia da Procuradoria Geral da República baseia-se fundamentalmente nessa informação para solicitar a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e bancário de Protógenes.
Ambos, mais o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, devem explicações sobre episódio.
Segundo Protógenes, no dia 15 de maio ele esteve no STF e alertou pessoalmente dois assessores de Tofolli sobre o documento falsificado. Eles teriam analisado o inquérito na sua frente e comprovado a falsificação.
Mesmo assim, Tofolli convalidou o pedido de Gurgel.
O Jornal GGN enviou ontem perguntas ao ministro sobre o episódio. Até às 15h30 de ontem, o gabinete do ministro ainda não havia respondido a elas.
O histórico suspeito
O juiz Ali está acima de qualquer suspeita. Partiu dele a autorização para a busca e apreensão na casa de Protógenes que resultou, posteriormente, no inquérito visando apurar os supostos telefonemas trocados entre ele e o empresário Luiz Demarco.
Se não houver explicações plausíveis, o sistema judiciário brasileiro estará passando pelo mais grave escândalo da sua história, envolvendo a PGR e um ministro do STF.
Daniel Dantas havia conseguido trancar a ação da Satiagraha no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando irregularidades e abusos de poder. Protógenes reagiu, denunciou o fato na Câmara, e o processo subiu para o STF.
Para fortalecer sua defesa, Dantas encaminhou denúncia contra Protógenes, com base em dois fatos:
O vazamento de informações para a TV Globo, que filmou a prisão dos suspeitos.
A participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas investigações.
A acusação se mostrou frágil, porque havia áudio, vídeo e apreensão de propina.
No dia 16 de fevereiro de 2012, o casal Carmen Sampaio-Roberto Gurgel opinou pelo não recebimento da denúncia. Quando o MPF opina pelo arquivamento, cessa o processo.
Toffolli deu o “arquive-se”, mas decidiu submeter ao pleno do STF para homologação.
As acusações iniciais eram frágeis para conseguir mudar os votos no STF.
A defesa de Dantas mudou a linha anterior e pretendeu provar que a Satiagraha teria sido financiada por grupos nacionais e internacionais interessados em afastá-lo dos negócios de telefonia.
No dia 12 de março de 2013 tudo mudou. Dantas contratou os advogados Nabor Bulhões e Aristides Junqueira (ex-procurador geral da República), que foram até Gurgel com novos documentos.
Seis dias depois, no dia 18 de março, Carmen e Gurgel firmaram outro parecer acatando as denúncias contra Protógenes, o jornalista Paulo Henrique Amorim, o empresário Luiz Demarco, o delegado Paulo Lacerda e um agente da Abin. Dos cinco, o casal escolheu Protógenes para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.
A denúncia baseou-se em “indícios amplamente noticiados pela imprensa” sobre o suposto enriquecimento de Protógenes e os tais R$ 280 mil em dinheiro, que teriam sido apreendidos em sua casa.
Se o dinheiro efetivamente constasse do auto de apreensão, não seria fato novo. De acordo com Gurgel, o “fato novo” foi o fato do investigado não ter justificado a origem do recurso “até agora”.
Estamos em contato com o gabinete do ministro Dias Tofolli e da Procuradoria Geral da República para ouvir sua versão.
Leia também: as suspeitas que Protógenes lançou sobre a Procuradoria Geral da República
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O Pobre Legado de Civita



por Luis Nassif

Faleceu Roberto Civita.
Foi o principal responsável por ter trazido os padrões jornalísticos norte-americanos para o Brasil, convencendo o pai a criar revistas informativas.
A primeira foi a Realidade. Segundo jornalistas que trabalharam com ele, como Luiz Fernando Mercadante, o jovem Civita tinha tino jornalístico, sabia trabalhar com talento as fórmulas importadas dos Estados Unidos.
Algum tempo depois, a Veja, copiando o modelo de jornalismo-produto norte-americano.
O padrão vinha do Times. Consistia em trabalhar a notícia como se fosse um produto da dramaturgia. Na segunda-feira, havia reunião de pauta em que se escolhiam as matérias que fossem mais atraentes para os leitores. A pauta era montada de acordo com critérios que tornassem a notícia atraente. Depois, os repórteres saíam atrás de declarações que convalidassem as teses defendidas pela revista.
Teve alguns períodos áureos. O primeiro, com Mino Carta. Depois de três anos para se firmar, atingiu o ponto de equilíbrio e nos anos 70 já se tornara a mais influente publicação brasileira.
Apesar do estilo superficial – próprio para atingir a dona de casa de Botucatu (como era o lema da revista -, a revista primava pelas pautas criativas, pelo texto rigoroso embora um tanto parnasiano nas aberturas, pela capacidade de enfiar enorme quantidade de informações (nem todas essenciais) em textos curtos.
Após a saída de Mino, a revista manteve a influência e cresceu em tiragem, acompanhando o crescimento da economia brasileira.
Nos anos 90, assim como o restante da grande imprensa, experimentou seu período de maior brilho, após ajudar a construir e a demolir a imagem de Fernando Collor.
Brilhante na criação de um universo de revistas especializadas ou temáticas, Roberto Civita falhou na transição para a era digital.
Com ACM, conseguiu concessões de TV a cabo, montou alguns canais, que não lograram se desenvolver. A experiência em TV foi um desastre financeiro. Teve oportunidade de montar o primeiro grande portal brasileiro, o BOL, tendo muito mais conteúdo para expor do que a UOL, da Folha. Mas não possuía a agilidade demonstrada por Luis Frias, à frente da UOL.
Com poucos lances, Frias propôs a fusão UOL-BOL, assumiu a gestão da nova empresa e, mais à frente, aproveitou a enorme liquidez do mercado financeiro para adquirir a metade da Abril. Hoje a UOL deve valer bem mais do que a Abril inteira.
Um dos principais obstáculos para a transição da Abril foi a resistência de um corpo de conselheiros de Civita, fortemente amarrados à tradição do papel. Mesmo quando a Internet tornara-se irreversível, a Abril não acordou. Pelos menos a duas empresas de tecnologia que foram oferecer sistemas para ela – uma das quais, a IBM – a resposta dos executivos é que a Abril iria apostar todas suas fichas em gibis e revistas para a classe C.
O advento do jornalismo online acabou consagrando outros portais, a própria UOL, o G1 e dois entrantes, o Terra e o iG.
A última aposta da Abril foi tentar ganhar protagonismo político imitando o estilo de Rupert Murdoch. A campanha contra o desarmamento revelou um perfil de leitor classe média intolerante, preconceituoso, conservador até a medula. E a Abril, que sempre buscou o leitor classe média alta, apostou todas suas fichas no novo modelo.
Foi a primeira a trazer o estilo de jornalismo tosco e virulento da Fox News. E a cometer assassinatos de reputação em larga escala, cujos casos mais conhecidos foram as guerras do Opportunity e de Carlinhos Cachoeira.
Alguns anos atrás, em péssima situação financeira, a Abril recebeu aporte de capital do grupo Nasper, da África do Sul, mais 20% de empresas offshare de Delaware, afrontando a legislação brasileira. Posteriormente, quando vendeu a TV A para a Telefônica, as duas holdings desapareceram do bloco de controle da empresa.
Nos últimos anos, o grupo passou a investir todas suas sobras de caixa no setor educacional. Com a morte do seu líder, o futuro da Abril torna-se incerto.
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Alcoa afronta Juruti com ameaças

A empresa se recusa a negociar com os moradores da cidade, boicotará a reunião e está fazendo todo tipo de pressão para que o evento não ocorra, ameaçando demitir os trabalhadores e até fechar a sua planta na região.

No blog da Franssinete

Nessa quarta-feira, 29, o Movimento Acorda Juruti realiza audiência pública para debater os impactos sociais e ambientais causados pela Alcoa no município de Juruti, no Oeste do Pará. Em 2006, a mineradora assumiu o compromisso de realizar diversas obras para compensar a extração de bauxita. Após 7 anos, a comunidade denuncia o descumprimento das promessas e exige o que ficou acordado.
Os maiores impactos da lavra ocorreram nas comunidades tradicionais do entorno do Lago Grande de Juruti Velho, distante cerca de 45 Km da cidade de Juruti, com desmatamento contínuo de árvores centenárias e o uso da água do rio para lavar a bauxita, afetando as principais fontes de sobrevivência da comunidade, pesca e extrativismo vegetal, denuncia a população local, aduzindo que os problemas se arrastam desde 2002, quando a Alcoa iniciou sua instalação, desestruturando continuamente a vida social e econômica das comunidades que vivem na região há mais de 100 anos.
Na época, as irregularidades foram observadas pelo MPE-PA, que recomendou a suspensão da licença para operação da empresa, considerando que os critérios políticos não podem desprezar os estudos socioambientais do projeto, que atraiu milhares de trabalhadores de todo o País, multiplicando o custo de vida local, desestruturando os serviços públicos e criando bolsões de miséria.
Uma moção de apoio ao Movimento Acorda Juruti foi assinada por 21 entidades representativas dos munícipes, denunciando que a população vivencia hoje “os mais variados e angustiantes problemas, jamais ocorridos antes da chegada da Alcoa, como retenção dos investimentos da cidade, não contratação das empresas e mão de obra local e inchaço populacional”.
A Câmara Municipal também se manifestou solidária ao Movimento Acorda Juruti, através de Moção aprovada em plenário.
A Alcoa divulgou carta na qual avisa que não irá à audiência pública e joga a responsabilidade pela situação nas costas do Estado, do Município e da União, para os quais diz ter recolhido R$ 427 milhões em tributos, impostos e compensações, de 2006 ao primeiro trimestre de 2013, com o que considera que já fez mais do que devia em troca do lucro bilionário que retira de lá, alfinetando inclusive o governo do Estado quanto à aplicação do dinheiro – R$ 36 milhões entre 2008 e 2013 - que pagou a título de CFEM (Compensação Financeira pela exploração de recursos Minerais), os chamados royalties da mineração, e R$ 4,6 milhões entre 2012 e o primeiro trimestre deste ano, de TRFM (Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários).
E ainda ameaça “reduzir ou mesmo parar a operação de Juruti, tendo como consequência a redução da arrecadação de taxas, impostos e compensações”.
Está mesmo na hora de serem tomadas sérias e urgentes providências. MPF, MPE, Governo do Estado e Alepa precisam se posicionar perante tão grave questão, que afronta todos os paraenses.
Leiam a Moção da Câmara de Juruti e a carta-resposta da Alcoa.
















Mujica para o Nobel da Paz. Já.


Um exemplo para a humanidade. Com sua simplicidade inspiradora, o presidente uruguaio 
virou um cidadão de estatura mundial.

Por: Paulo Nogueira

O Nobel da Paz já foi para almas bélicas e sangrentas.
Ted Roosevelt, presidente americano do começo do século 20, é um desses casos. Ele achava, como afirmou numa carta, que todo país deve guerrear de tempos em tempos para manter a “virilidade”.
Roosevelt, é certo, tinha um complexo familiar jamais superado. Seu pai não lutou na Guerra Civil. Pagou, como era comum naqueles dias, a um homem pobre para que o substituísse.
A covardia paterna pesou tanto em Roosevelt que, já velho e afastado da vida pública, ele tentou se alistar nas forças americanas na Segunda Guerra.
Barack Obama, naturalmente, é outro caso de acidente ao espírito pacifista que deveria dominar a entrega do Nobel da Paz.
Apenas para registro, Gandhi jamais levou o prêmio.
Mas.
Mas eis que surge uma rara notícia boa nessa área: a indicação, por uma ONG holandesa, do presidente Pepe Mujica para o Nobel da Paz.
Clap, clap, clap.
Mujica, segundo a ONG, trouxe paz à guerra contra as drogas, com sua política de liberação do consumo para minar o tráfico e os traficantes.
A contribuição ao mundo de Mujica vai muito além.
Sua simplicidade, digna dos grandes filósofos, é inspiradora. É um contraponto à ganância e ao consumismo doentio que levaram o mundo a ser o que é hoje.
Ele recusou o palácio para viver em seu sitiozinho. Ele doa 90% de seu salário para os pobres. Ele se locomove num fusca velho. E vital: ele não é um demagogo.

Ted Roosevelt amava guerras e ganhou o Nobel da Paz

Mujica faz uma dupla extraordinária com o Papa Chico, que tomava mate no centro de Buenos Aires quando era bispo, andava de ônibus e, como ele, rejeitara um palácio.
Chico viajou para o conclave de Roma na classe econômica. Compare com as revelações das constantes viagens de primeira classe de Joaquim Barbosa e companheiros de STF – mais acompanhantes.
Barbosa já avisou que, terminado seu mandato, vai se recolher a uma quase contemplação, em vez de correr atrás de moedas no indecente circuito de palestras milionárias que atrai ex-presidentes de notoriedade internacional – uma atividade que une, no caso brasileiro, FHC e Lula.
Não há nada que substitua a força do exemplo pessoal, e é isso que estes dois sul americanos formidáveis oferecem a todos nós.
O papa é outro nome que mereceria o Nobel da Paz, com sua pregação pacifista que inclui até os ateus.
Ouça pessoas como o pastor Feliciano falando e a diferença saltará. Num de seus momentos mais pecaminosos, Feliciano disse que Deus matou Lennon porque ele comparou os Beatles a Jesus num momento.
O Nobel da Paz já errou muito.
É hora de acertar. Mujica ou Chico. Já.
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Os crimes da ditadura têm que ser conhecidos


É duro saber essas histórias, mas é essencial.

Por: Paulo Nogueira

Os brasileiros estão sendo apresentados a relatos brutais de lesa humanidade ocorridos na ditadura militar, por conta da Comissão da Verdade.
Hoje mesmo, ao depor no Rio de Janeiro, uma professora afirmou ter servido de cobaia numa lição de tortura.
Elas ficaram, em grande parte, sob o tapete da história, em razão da Anistia de 1979 – melhor, Autoanistia, uma vez que foi construída pelo regime que perseguiu, torturou e matou milhares de brasileiros.
Torturadores e assassinos foram torrencialmente beneficiados pela Anistia, e isso só foi bom para eles.
Rever os crimes é vital, e rever a Anistia para que os responsáveis possam responder por eles é um ato de justiça, não de revanche.
Na Argentina, Videla terminou seus dias na cadeia – e esse tipo de castigo é importante para que candidatos a golpes militares pensem duas vezes antes de se aventurarem.
Uma das teses mais falaciosas que correm no Brasil é a de que o que está ocorrendo é uma “tentativa de revanche dos perdedores”.
Perdedores?


A historiadora Dulce Pandolf foi cobaia de tortura.

O que houve, ao longo da ditadura, não foi uma guerra. Foi um massacre. A ditadura ceifou a possibilidade de fazer política para a sociedade e depois, armada e com a retaguarda americana, triturou os que se insurgiram contra isso.
Combate digno é Waterloo, Trafalgar, Estalingrado, entre forças equivalentes. No Brasil houve uma chacina covarde a pretexto — pausa para risadas — de evitar a “dominação comunista”, aspas.
Quantos crimes não foram cometidos no mundo sob esse argumento cínico? Governos populares e democráticos como o de Mossadegh, no Irã, o de Arbenz, na Guatemala, e o de Allende, no Chile, foram derrubados sob essa mentira.
No Brasil, a queda de João Goulart, em 1964, e a dizimação da esquerda, depois, obedeceram à mesma lógica hipócrita.
O Brasil tem muitas tarefas a executar para se tornar uma sociedade avançada e deixar de ser um dos eternos campeões mundiais de desigualdade.
Mas, para construir o futuro que todos desejamos, tem também que enfrentar o passado – e punir crimes que ficaram impunes, até para que eles não se repitam.  
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Parazinho: Griffo Comunicação ganha todas as licitações de propaganda dos governos que ajuda a eleger.


Jatene e Orly, uma parceria milionária: até 2014, Griffo deverá receber mais de R$ 70 milhões

Griffo, a insaciável (parte 1): há quase 20 anos, Griffo Comunicação ganha todas as licitações de propaganda dos governos que ajuda a eleger. Nas duas últimas licitações, jornalistas que trabalharam para a empresa integraram as comissões técnicas dos certames. Apesar dos milhões que recebe, dono da Griffo tem parentes empregados no Governo e na PMB. Até 2014, a empresa deverá receber mais de R$ 70 milhões dos cofres públicos - ou quase o dobro do que custou o Hospital Metropolitano

No Blog da Perereca

É um caso para Malba Tahan resolver, já que o Ministério Público Estadual nem tchuns.
Desde meados da década de 1990, o Pará é palco de uma estranhíssima coincidência: o marqueteiro Orly Bezerra elege um político para o Governo do Estado ou para a Prefeitura de Belém... - e quem vence a licitação para a milionária conta de propaganda do Governo ou da Prefeitura é a Griffo Comunicação e Jornalismo, que pertence ao mesmíssimo Orly.
No entanto, quando o candidato de Orly perde a eleição, a Griffo também perde a licitação.
Daí a dúvida, que parece só não incomodar o Ministério Público: qual a probabilidade matemática da repetição de uma coincidência dessas, ao longo de quase 20 anos?
Pior: nas duas últimas licitações em que a Griffo saiu vencedora (em 2011, para a propaganda do Governo do Pará; e em 2012, para a conta de propaganda da Assembleia Legislativa – Alepa) há fatos, no mínimo, instigantes.
Em ambas as licitações, as propostas técnicas das concorrentes foram avaliadas por uma comissão integrada por 3 jornalistas e publicitários.
E também em ambas as licitações, esses 3 jornalistas e publicitários foram escolhidos, por sorteio, dentro de um grupo de 9 pessoas.
O problema é que das 9 pessoas de cada um desses grupos, 5 (ou mais da metade) já trabalharam para a Griffo em campanhas eleitorais, inclusive, nas eleições para o Governo do Estado e o Senado Federal, em 2006 e 2010.
Algumas, aliás, prestam serviços há mais de uma década à empresa; outras, já foram até indicadas, informalmente, para cargos públicos por Orly.
Como o leitor já deve ter deduzido, o resultado desse “arranjo matemático” não poderia ser outro: na licitação do Governo, pelo menos uma integrante da comissão que avaliou as propostas técnicas, já trabalhou para a Griffo.
Na Alepa, pelo menos dois integrantes da comissão já prestaram serviços à empresa.
E isso num estado que possui, além de jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, mais de três dezenas de empresas de propaganda.
É ou não é um “causo” que deixaria Malba Tahan feliz da vida em decifrar?
No entanto, ainda mais impressionante é a montanha de dinheiro que a Griffo deverá faturar dos cofres públicos paraenses, até 2014: pelo menos, R$ 70 milhões – e numa conta muito, mas muito por baixo.
Só por serviços realizados em 2011, através de um contrato de propaganda assinado em julho daquele ano, a Griffo recebeu do Governo do Estado mais de R$ 9,2 milhões.
Foram R$ 8,6 milhões pagos ainda em 2011, e outros R$ 604 mil quitados já em 2012, através da rubrica orçamentária “Despesas de Exercícios Anteriores”, conforme dados do portal Transparência Pará, mantido pelo próprio Governo Estadual.
No ano passado, já com o contrato de propaganda bombando ao longo de doze meses, a Griffo recebeu do Governo mais de R$ 21,7 milhões.
Desses R$ 21,7 milhões, R$18,5 milhões foram quitados naquele mesmo ano, através da rubrica “Outros serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica”, e R$ 3,2 milhões foram pagos apenas em 2013, na rubrica “Despesas de Exercícios Anteriores”.
Total de pagamentos à Griffo por um ano e meio de trabalho: quase R$ 31 milhões.
Isso coloca a possibilidade de que só o contrato de propaganda do Governo do Estado venha a render a Griffo, até o final de 2014, mais de R$ 60 milhões.
Mas, desde julho de 2011, a empresa também mantém um contrato de R$ 3,2 milhões por ano com o Banco do Estado do Pará (Banpará), o que deverá resultar em um ganho superior a R$ 10 milhões, também até 2014.
Além disso, a Griffo ganhou a conta de propaganda da Alepa, que estaria, há alguns anos, em cerca de R$ 9 milhões – e que a Perereca da Vizinha ainda tenta descobrir em quanto está hoje.
Só para você ter ideia do que representa essa bolada de R$ 70 milhões, num estado pobre como o Pará: ela quase empata com os R$ 76 milhões de ICMS recebidos, no ano passado, pelo município de Marabá, com mais de 233 mil habitantes, e uma das locomotivas do Sul e Sudeste do estado.
E representa, também, quase o dobro daquilo que foi gasto na construção do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (Ananindeua), inaugurado em março de 2006: R$ 25,2 milhões, ou o equivalente, em março de 2013, a R$ 36 milhões, em valores corrigidos pelo IPCA-E.
No entanto, apesar de todos esses milhões que recebe dos cofres públicos, o marqueteiro Orly Bezerra ainda possui pelo menos cinco parentes que ocupam cargos de direção e assessoramento no Governo do Estado e na Prefeitura de Belém, numa impressionante relação de promiscuidade entre uma empresa e o Poder Público.
Leia nas próximas reportagens da série “Griffo, a insaciável”:
_As licitações do Governo e da Alepa para a propaganda, ambas vencidas pela Griffo;
_As coincidências entre as campanhas eleitorais realizadas por Orly e as contas de propaganda que ganhou;
_Os parentes do marqueteiro que possuem cargos no Governo e na Prefeitura.
_Afinal, que fim levou o rumoroso caso da PrevSaúde?
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MST faz ato por reforma agrária e protocola carta à presidenta Dilma


Sem-terra reivindicam agilidade no processo de reforma agrária e o assentamento das 90 mil 
famílias acampadas em todo o país.

Representantes dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entregaram nesta terça-feira (28) carta ao secretário nacional de Articulação Social da Presidência da República, Paulo Maldos, reivindicando agilidade no processo de reforma agrária e o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o país.
Segundo a assessoria da Secretaria-Geral da Presidência da República, representantes do MST pediram uma audiência com o ministro Gilberto Carvalho. A assessoria informou que o encontro deve acontecer na próxima semana.
Trecho da carta argumenta que, para os trabalhadores, o acesso à reforma agrária é primordial para o suprimento dos direitos básicos previstos na Constituição Federal. “Entendemos que é de extrema necessidade o assentamento destas famílias para a democratização do acesso à terra e a produção de alimentos saudáveis”, assinala a carta.
De acordo com o documento, a prioridade da reforma agrária é também permitir que a agricultura tenha base ecológica. E acrescenta: os trabalhadores rurais necessitam de apoio para ter acesso à educação, à saúde e à cultura.
Cerca de 300 pessoas, das 400 instaladas há quase 80 dias no Acampamento Nacional Hugo Chávez, marcharam – antes da entrega da carta - pela Esplanada dos Ministérios e fizeram ato em frente ao Congresso Nacional ao som de tambores e apitos.
Depois do Congresso, os manifestantes seguiram até o Palácio do Planalto.
Paralisação
O MST denuncia que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) parou a política de criação de assentamentos, mesmo existindo 69.233 grandes propriedades improdutivas no país, que controlam 228 milhões de hectares de terra (IBGE/Censo de 2010), que deveriam ser destinadas à reforma agrária pela Constituição.
Segundo o movimento, o Brasil é o país de maior concentração da propriedade fundiária em todo o mundo. São 360 milhões de hectares, sob a forma de propriedade privada, sendo que apenas 60 milhões são utilizados pela agricultura.
“A paralisação da política de criação de assentamentos abriu margem para os latifundiários intensificarem a sua ofensiva política e ideológica contra a Reforma Agrária. Utilizam a sua força no Congresso Nacional para aprovar projetos para desmontar as leis que garantem liberdade para organização e luta social, o cumprimento da função social da propriedade e direitos para os camponeses, indígenas e quilombolas, na maioria das vezes, afrontando a própria Constituição Federal”, continua a carta.
Acampamento Nacional
Há mais de 80 dias, cerca de 400 militantes do MST estão acampados em Brasília (DF) no Acampamento Nacional Hugo Chávez. De acordo com o movimento, o ato de estar mobilizado permanentemente na capital federal cumpre a função de fortalecer a luta do movimento por reforma agrária e denunciar o avanço do agronegócio no país.
Atualmente existem no Brasil mais de 150 mil famílias acampadas. Destas, 90 mil são do MST. No governo Dilma apenas 31 novas áreas foram desapropriadas, totalizando somente 72 mil hectares. Enquanto isso, mais de 309 milhões de hectares de terras estão sob o domínio do agronegócio. (com Agência Brasil e Página do MST)
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A mídia pauta a PF?



Por: Fernando Brito

O velho Brizola, volta e meia, saía-se com essa: tem cara de jacaré, tem couro de jacaré, tem boca de jacaré, como é que não é jacaré?
Lembrei disso agora cedo lendo a matéria de O Globo dizendo que “PF diz que tese do telemarketing perdeu força” na investigação da boataria sobre o Bolsa-Família.
Tese? Vamos reler o que as fontes do jornal disseram no dia 24 :
“Em menos de uma semana de investigação, a Polícia Federal descobriu indícios de que uma central de telemarketing com sede no Rio de Janeiro foi usada para difundir o boato de que o Bolsa Família, o principal programa social do governo federal, iria acabar”.
A matéria dizia que a transmissão do boato era feita através de mensagem de voz.
Só que agora, quando a mídia e a oposição se juntam para dizer que a causa do boato foi a liberação dos pagamentos, a versão muda.
Houve a mensagem de voz, sim, dizem as fontes da direção da PF. Mas o número era inexistente. Leiam:
“Em depoimento ao chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, a beneficiária teria dito que recebeu uma mensagem de voz no celular sobre o fim do programa. Mas, segundo o gabinete do diretor-geral, a partir de um rastreamento da ligação, os policiais chegaram à conclusão que o número de onde teria partido o telefonema é inexistente”.
Como assim? Como é que um número inexistente faz ligações? Um número oculto, disfarçado, trocado, sim. Mas inexistente?
E tem mais: se a afirmação de que a empresa era do Rio foi feita sem outras informações, é algo que só poderia ser concluído se, ao menos, houvesse a indicação do código 21 no número chamador.
(Detalhe: a fonte, segundo o próprio jornal, é do gabinete do Diretor Geral. Não é o “sub do sub do sub”)
Partindo do princípio de que a cobertura é honesta e que a versão é da direção da PF, será que não ocorreu aos repórteres perguntar como é que um telefone que não existe faz ligações?
Será que vivemos naquele thriller de terror “O chamado”?
Infelizmente, às vezes a gente tem de pensar que De Gaulle tinha razão.
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terça-feira, 28 de maio de 2013

Um governo sitiado


Wanderley Guilherme denuncia a proliferação de organizações sem autenticidade democrática ou popular, que juntamente com uma imprensa adversativa e adversária, tem conseguido bloquear obras e ações do governo. Os sindicatos estão dormentes e os parlamentares que teriam obrigação de defender o projeto do partido no governo tem se caracterizado por uma ação pouco mais que medíocre.

A imprensa adversativa e o governo sitiado

Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político.

Com a adesão nada discreta do diário Valor Econômico, o jornalismo de perfil adversativo alcançou a unanimidade. Nenhuma notícia positiva é impressa sem um embargo – mas, porém, todavia, contudo – seguido de uma desapontadora lembrança má. Algo no seguinte estilo: “a inflação está cadente, mas as contas externas entraram no vermelho”. Esse é o moto universal da imprensa brasileira atual.
O sindicalismo anda entorpecido. Em épocas de emprego farto e ganhos salariais sucessivos, cabe à liderança manter permanente sinal amarelo junto às bases, precisamente para que quase nada mude, isto é, que continue a bonança na oferta de empregos e apropriado aumento na renda. São constantes os alarmes conservadores denunciando pleno emprego e aumento da renda dos trabalhadores como responsáveis por recrudescimentos inflacionários. Estão acontecendo agora, sem que as lideranças sindicais contraponham diagnóstico e terapia alternativas.
Inflação daninha grassa na criação de siglas de organizações sem correspondente mobilização social efetiva. Não são grupos, mas siglas de interesse. Na biografia delas encontra-se a eleição de uma diretoria e a incorporação de meia dúzia de “especialistas”, freqüentes em bombásticas declarações à imprensa. Não possuem legitimidade social nem mobilizam ninguém. São, antes, mobilizadas pela imprensa adversativa nas declarações que antepõem especulações pessimistas aos fatos materiais satisfatórios. Atuam em todos os segmentos da vida econômica e social, com representatividade restrita à diretoria e aos membros fundadores.
Há dez anos, ousado programa de subversão na estratificação social, na inovação econômica e na modernização institucional tem sido responsável por substanciais transformações na infra e na superestrutura do país. A cada ano, aumenta a resistência dos tradicionais setores beneficiados pelos projetos de poder das oligarquias às mudanças na agenda de prioridades dos projetos de governos populares. Hoje, sitiado por uma imprensa adversativa e adversária, por um sindicalismo dormente e por um carrossel de siglas de chantagem, um punhado de figuras no Executivo tem garantido a continuidade, projeto a projeto, conquista a conquista, sem contar senão com uma representação parlamentar de seu partido principal – o PT – disciplinada, mas de qualificação pouco acima de medíocre. Sindicatos, grupos sociais efetivamente vulneráveis e aliados políticos usufruem preguiçosamente das conseqüências de bons governos sem retribuir em defesa e mobilização de apoio. São caronas do sucesso. Ou os interessados muam ou podem ser obrigados a se mudar.
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