quinta-feira, 31 de maio de 2012

Gilmar e Demóstenes na formatura de Perillo


Será essa uma das caronas no avião do Cachoeira?

Gilmar Mentes acaba de admitir ao jornal Valor Econômico que, foi em duas ocasiões a convite de Demóstens a Goiânia e que o senador colocou a sua disposição uma aeronave. Segundo Gilmar Mentes, em uma ocasião, participou de um jantar.
E uma outra vez, foi para a festa de formatura da Flavinha,(assim mesmo, ele trata com intimidade a esposa de Demóstenes Torres) --festa paga por Carlinhos Cachoeira, como mostra gravações da policia Federal.
Como se pode perceber porn esse vídeo acima, Gilmar Mentes mentiu. Não foram apenas duas vezes que ele esteve com a turma de Cachoeira em Goiania.
Apesar de mostrar intimidade com Demóstenes, Gilmar Mendes disse que, "Não são amigos.E apenas uma relação de camaradagem".
Aluno Especial
Governador Marconi Perillo (PSDB-GO) foi um aluno especial. A mulher dele, Valéria Perillo, também. A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma de direito exclusiva para os dois.
E vejam só. Quem é que estava na formatura?
Eles mesmos. Demóstens Torres e Gilmar Mendes !
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CHARGE

Charge do Bira

Dilma: A menor taxa de juros da história

Em decisão histórica, taxa de juros cai a 8,5% ao ano.

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou na quarta-feira (30) a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, a taxa caiu de 9% para 8,5% ao ano --a menor em toda a história.

Além de atingir o piso histórico da taxa, a divulgação de hoje é a primeira em que foi detalhado como votou cada um dos sete membros do comitê, decisão baseada na Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no último dia 16.

A decisão foi por unanimidade.
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Serra participou da armação Veja-Gilmar


Dá uma palavrinha com a Veja ... (Ou, como pegar o Lula !)

Se confiar na nota da Monica Bergamo de hoje nas Folhas, Zé Serra ligou para o Jobim mandando ele falar com a Veja. E quando o Jobim ligou soube que era a estorinha do Gilmar. Ou seja, Serra tá trabalhando como editor da revista!
A notinha é a que se segue:

QUARTO ELEMENTO
Há alguns dias, José Serra ligou para o ex-ministro Nelson Jobim. Pediu a ele que falasse com a revista “Veja”. Jobim atendeu ao pedido do amigo -e só então soube da reportagem sobre Lula e o ministro Gilmar Mendes. Escaldado (sic), Jobim disse não ter presenciado nada beligerante na conversa entre os dois, que ocorreu em seu escritório, em Brasília.)
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Como segurar um Ministro do STF desequilibrado?


Embaixada da Venezuela repudia declarações de Gilmar Mendes
A embaixada da Venezuela divulgou nota oficial repudiando as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Gilmar Mendes, que, em entrevista ao jornal O Globo disse que "o Brasil não é a Venezuela de Chávez, onde o mandatário, quando contrariado, mandou até prender juiz".As declarações, diz a nota, "constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país".
Em nota oficial a Embaixada da República Bolivariana da Venezuela afirma:
As declarações do ministro do STF Gilmar Mendes ao jornal O Globo, se de fato ocorreram, constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país.
Nossa Constituição, elaborada pela Assembleia Constituinte e referendada pelas urnas, determina a separação de poderes, estabelece direitos de cidadania e configura os instrumentos judiciais cabíveis, ou seja, o presidente da Venezuela não manda prender cidadão algum, independentemente do cargo que ocupe.
Recorrer à desinformação para envolver a Venezuela em debates que dizem respeito apenas aos brasileiros é uma atitude indecorosa - ainda mais partindo de um ministro da mais alta corte da nação irmã - e não reflete a parceria histórica entre Brasil e Venezuela.
Maximilien Arveláiz, embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil'

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Tenho de tomar cuidado com quem não gosta de mim

Em Brasília desde ontem à noite, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na tarde desta quarta-feira do 5º Fórum de Desenvolvimento Ministerial, na Fiocruz, no campus da Universidade de Brasília (UnB). Com 40 minutos de atraso, Lula iniciou sua fala reclamando da ação de desafetos.
Pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff havia prestado homenagem ao antecessor. A presidenta recebeu Lula para um almoço no Palácio da Alvorada. Lula não conversou com a imprensa ao longo do dia.

Sem citar a polêmica envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ex-presidente disse que tem de ser cauteloso com adversários. “Eu vou falar em pé porque senão vão dizer que eu tô doente. Porque tem gente que gosta de mim, mas tem gente que não gosta. E eu tenho que tomar cuidado com essa (gente)”, disse Lula antes de iniciar sua palestra.
Rouco, Lula revelou que foi “obrigado a ler o discurso” por conta se sua voz, que ainda não está totalmente recuperada. O ex-presidente, que se tratou de um câncer na laringe, ainda faz tratamento e sofre restrições médicas relacionadas ao uso da voz. Ele contou que em São Paulo ele teria de ler um discurso de sete minutos e acabou improvisando por outros 30 minutos, o que lhe causou problemas de saúde.
Durante a palestra, Lula voltou a elogiar a própria gestão à frente do Palácio do Planalto, lembrou dados sobre a diminuição da miséria no Brasil e ressaltou que enfrentou muita resistência da oposição. “Eles vão ficar ainda mais bravos com a Dilma porque com as políticas sociais vão acabar com o mercado de empregada doméstica”, disse.
Tratado como “nosso querido presidente” pela ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, que abriu o Fórum, o ex-presidente voltou a ser homenageado pelo seu empenho no combate à pobreza durante seu governo.
Pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff havia prestado homenagem ao antecessor. Hoje, a presidenta recebeu Lula para um almoço no Palácio da Alvorada. Lula não conversou com a imprensa ao longo do dia.
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

CHARGE


“Gilmar Mendes foi leviano e mente”, diz Paulo Lacerda, ex-diretor da PF e Abin

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta quarta-feira, 30, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes lançou acusações contra Paulo Lacerda, ex-diretor da Policia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência):
- Dizem que ele (Lacerda) está assessorando o PT. Tive informação em 2011 que o Lacerda queria me pegar.
Segundo O Estado de S.Paulo, Gilmar Mendes suspeita que Lacerda estaria divulgando "informações falsas" para atingi-lo. E, também, que estaria assessorando o ex-presidente Lula. Terra Magazine ouviu Paulo Lacerda no início da tarde desta quarta-feira. Feita a ressalva "não sei se ele disse isso", Paulo Lacerda, habitualmente sereno e cordato, respondeu a Gilmar Mendes com dureza:
- Se ele falou isso, ele foi leviano e mente.
Lacerda, que hoje trabalha numa associação de empresas de segurança privada, conta que não vê Lula há anos, assim como Gilmar Mendes, e rebate as acusações:
- Estou aposentado, não trabalho com investigação (…) não trabalho para partido nenhum, não assessoro nem à CPI nem ao ex-presidente Lula (…) Se as informações que ele diz ter recebido são dessas mesmas fontes, se foram essas fontes e informações que o levaram a dizer o que anda dizendo, tá explicado porque ele está dizendo essas coisas e dessa forma.
Por fim, sobre informação atribuída também ao ministro e publicada no sábado, 26, em O Globo, dando conta que o espião Dadá seria seu homem de confiança, Paulo Lacerda devolve:
- Eu nem conheço o Dadá, jamais tive contato com ele e nunca estive com ele. Portanto, faço a ressalva: se o ministro Gilmar Mendes de fato disse isso… essa é mais uma informação leviana, irresponsável e mentirosa.
Terra Magazine: O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo: "Lacerda tinha como missão me destruir", e que o senhor queria "pegá-lo". Disse também que "dizem" que o senhor estaria assessorando o PT e municiando o presidente Lula com informações…
Paulo Lacerda: Soube pelo jornal. O absurdo é tamanho que não sei como ele se permite dizer aquilo. Se ele disse aquilo, respondo: primeiro, o ministro Gilmar está totalmente desinformado sobre a minha vida profissional e pessoal. Estou aposentado da Polícia Federal depois de dois anos e meio de adidância em Lisboa e trabalho hoje para a Associação de Empresas de Segurança Privada. Não trabalho com nada, nada de investigação, e quem me conhece e à minha vida hoje sabe disso. Sabe o que é mais espantoso?
- O quê?
- É que é com base nesse tipo de informações que o ministro está recebendo é que se criou essa crise toda. Se as informações que ele diz ter recebido são dessas mesmas fontes, se foram essas fontes e informações que o levaram a dizer o que anda dizendo nos últimos dias, tá explicado porque ele está dizendo essas coisas e dessa forma. Ele, de novo, mais uma vez, está totalmente mal informado.
- O senhor não presta assessoria à CPI, ao PT ou ao ex-presidente Lula?
- Não vejo o presidente Lula, assim como o ministro Gilmar Mendes, desde que deixei o governo. Isso é ridículo. Não assessoro o PT nem a partido algum e é um delírio supor, achar e dizer que assessoro o ex-presidente Lula. Basta perguntar aos senadores e deputados da CPI se assessoro à CPI ou a algum parlamentar. Basta perguntar aos assessores do Lula se alguém tem algum vestígio de presença minha, de contato meu com ele. Sou aposentado, até poderia trabalhar para quem me convidasse e eu quisesse, mas isso não é verdade. É absoluta inverdade. Impressiona e é preocupante como um ministro do Supremo não se informa antes de dizer esses absurdos.
- Mas o que exatamente é absurdo?
- Tudo isso. São informações totalmente tendenciosas. Eu não estou trabalhando para partido algum, político nenhum. Ele está exaltado, sem controle, não sei se por conta dessa conversa com o ex-presidente, mas nada disso é verdade. E isso é muito fácil de checar.
- O senhor e o ministro Gilmar Mendes já tiveram um problema sério…
- Em setembro de 2008, ele procurou o presidente Lula e acusou a Abin, que eu dirigia, de ter feito grampos ilegais na Operação Satiagraha. Aquilo era mentira. Não foi feito grampo algum ilegal por parte da Abin… aliás, a CPI de agora é uma ótima oportunidade para investigarem aquela armação. Não existiu grampo algum, mas o ministro Gilmar Mendes foi ao presidente da República com base em uma informação falsa. Espero que agora apurem tudo aquilo.
- O que mais o incomoda?
- Eu não vi o ministro Gilmar Mendes falar isso, eu li no jornal. Não sei se ele falou, mas se ele falou, foi leviano e mente. Se falou isso o ministro Gilmar Mendes mentiu. Estou aposentado da área pública, todos sabem disso. Não teria nenhum impedimento, de ordem alguma, para trabalhar com investigação, mas não quero, e isso que ele disse, se disse, não é verdade.
- Alguma vez, depois do episódio em 2008, do tal grampo cujo áudio nunca apareceu, o ministro Gilmar e o senhor falaram sobre o episódio? Em algum momento ele reconheceu não ter ouvido o tal grampo, se desculpou?
- Não. Repito, não vejo o ministro e o ex-presidente Lula há anos. E não houve desculpa alguma… e acho que a CPI agora seria ótima oportunidade para esclarecer isso de uma vez por todas, embora a Polícia Federal já tenha concluído que não houve grampo algum da Abin…
- Essa CPI de agora, a do Cachoeira, tem alguns personagens comuns com aquele caso, fala-se muito no espião Dadá…
- A propósito. O ministro Gilmar Mendes teria dito ao jornalista Moreno que esse cidadão, Dadá, é ou era meu braço direito, meu homem de confiança. Respondi por escrito, mandei um e-mail para o Moreno, que é um jornalista… ele recebeu uma informação de um homem público e a publicou. Por isso enviei a resposta direto para ele e para o jornal O Globo.
- E qual é a resposta?
- Eu nem conheço o Dadá, jamais tive contato com ele e nunca estive com ele. Portanto, faço a ressalva: se o ministro Gilmar Mendes de fato disse isso…
- Sim, a ressalva está registrada
- Se ele disse isso, essa é mais uma informação leviana, irresponsável e mentirosa.
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Bomba ! Bomba ! Vazou o vídeo da Veja sobre Gilmar !

Gilmar agora acusa Johnbim.



Saiu no Valor, pág. A8: “Gilmar Mendes diz que Lula e Jobim tentaram constrangê-lo em encontro”

Numa das 879 entrevistas que deu desde a semana passada, o ex-Supremo Presidente oferece a 879ª explicação:
O ex-ministro Nelson Johnbim “também lhe fez perguntas que poderiam sugerir pressão”.
Mas, ele se recusa a classificar o episódio como uma “chantagem”.
“Chantagem” foi o que o Lula fez, na 123ª versão do ex-Supremo.
Na versão 422, a palavra “chantagem” sumiu.
Agora, o “pressionador” é o Johnbim.
A torcida do Flamengo aguarda a entrevista de Eliane Catanhêde com Johnbim, um “pressionador”.
O que dirá o sereno e austero Ministro Celso de Mello, decano do Supremo, das 879 versões ?
Clique aqui para ler “Gilmar tem um problema com Lacerda”.
E aqui para ler “Protogenes vai processar Gilmar”.

Paulo Henrique Amorim
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Tuitaço #brasilcomlula derruba sujeirada da Globo


No Blog da Cidadania

Ontem ocorreu um fato que explica bem por que a grande imprensa brasileira é chamada de PIG – sigla que significa “Partido da Imprensa Golpista”, uma sigla cunhada pelo deputado federal pelo PT de Pernambuco Fernando Ferro que se popularizou sobremaneira na internet.
A dita “mídia” é chamada de partido por boas razões. Uma delas é a de que tem militância exatamente como um partido. Centenas de pessoas defendem ferozmente as ações de Globo, Folha de São Paulo, Veja e Estado de São Paulo contra o Partido dos Trabalhadores e o governo federal.
Essas pessoas se escondem sob o anonimato e chegam ao ponto de fazer ameaças de assassinato ou de tortura contra quem se mostre simpatizante do PT e do governo, sobretudo se for blogueiro. Quando menos, promovem campanhas anônimas de difamação, atacam família etc.
Mas, ontem, a atuação da mídia como partido político chegou ao impensável. O jornal O Globo, em sua campanha incansável, interminável e eterna contra Lula, lançou mão de um recurso que só militâncias de partidos usam.
Tuitaço é o envio de múltiplas mensagens pela rede social Twitter para fazer “subir” frases sobre algum assunto ao que se convencionou chamar de Trending Topics, o ranking dos dez assuntos mais comentados no Brasil ou no mundo.
A revista Veja tem sido alvo de tuitaços de militantes petistas e de outros partidos de esquerda. E não é que O Globo, como prova de que é um partido político disfarçado de jornal, decidiu instigar tuiteiros militantes do PIG a promoverem uma campanha contra o ex-presidente Lula?
A imagem acima mostra que o perfil de O Globo no Twitter foi responsável pela “subida” da frase “Lula mente” ao topo dos Trending Topics.
O Globo tem mais de 500 mil “seguidores” no Twitter. Como as campanhas de militantes de oposição ao governo Lula – ou militantes da mídia – para levar frases aos Trending Topics vinham fracassando, o perfil do jornal naquela rede social resolveu dar uma ajudinha veiculando hashtag contra Lula para suas centenas de milhares de seguidores
Assim, O Globo conseguiu colocar no primeiro lugar dos Trending Topics aquela frase. Mas foi só por alguns minutos.
O que o Globo não sabia é que seguir o seu perfil no Twitter não significa apoiar o que faz. Este blogueiro mesmo “segue” o perfil @JornalOGlobo e nem por isso compartilha suas posições políticas. Muito pelo contrário.
Quando descobri que o Globo é que estava por trás da “subida” de #LulaMente ao topo dos Trending Topics, entrei no tuitaço de reação. Rapidamente, em questão de minutos, os simpatizantes de Lula e do PT desbancaram a hashtag #LulaMente, substituindo-a por #BrasilComLula, que permaneceu por mais de uma hora nos Trending Topics.
Então, leitor, se faltava algo para a grande imprensa brasileira comprovar que se converteu em partido político, não falta mais. O segundo (?) maior jornal do país lançou mão do recurso mais banal da política contemporânea para um grupo político atacar outro. O que será que o TSE acha disso?


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Protógenes: “Desta vez a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo”


Ao povo brasileiro:

Como todos e todas puderam recentemente testemunhar, o ex-presidente do STF, Sr. Gilmar Mendes, fez declarações à revista Veja, ao site Conjur, aos jornais Globo e Folha de S. Paulo nesta semana, repercutido em diversos meios de comunicação, envolvendo o ex-presidente Lula e também o ex-ministro Nelson Jobim. Tanto foi assim que o próprio Gilmar Mendes teve que retificar tais declarações em seguida, na Rede Globo em 29/05.
Desta vez a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo. Felizmente, o trabalho da CPMI do Cachoeira já transcendeu o poder de obstrução dos corruptos, corruptores e do Sr. Gilmar Mendes. Não adianta mais tentar ganhar no grito ou querer dispersar o foco objetivo da CPMI por meio de mentiras.
Convém lembrar que há pouco menos de quatro anos, em 2008, quando o mesmo Gilmar Mendes, então presidente do STF, concedeu dois habeas-corpus em 48 horas ao banqueiro condenado Daniel Dantas, previa e devidamente preso por desviar bilhões de reais dos cofres públicos. Inaugurou naquela época o “foro privilegiado” para banqueiro bandido.
Naquele momento de crise institucional no Brasil, advindo da operação Satiagraha, a falta de credibilidade na justiça brasileira foi alertada, também, pelo ministro Joaquim Barbosa, ocasião em que abriu o debate na própria corte com o ex-presidente do STF Gilmar Mendes.
Os atos incomuns praticados no STF pelo ex-presidente Gilmar Mendes tinha, então, respaldo de um super poder judicial acima da lei e da Constituição da República. Hoje ele não tem mais. As coisas mudaram no Brasil. E continuarão mudando.
As afirmações mentirosas e criminosas dirigidas por ele contra mim serão apreciadas em instrumentos próprios e no foro adequado, registrando que não tem indícios e documentos que classifiquem qualquer conduta na minha atividade como policial ou parlamentar vinculados ao esquema Cachoeira.
Talvez o destempero, nervosismo e arrogância de Gilmar Mendes se explique ao longo da CPMI do Cachoeira na ampliação da coleta de dados, documentos e informações que aprofundem as investigações com o objetivo final de revelar as infiltrações nos Poderes da República, que ameaçam o Estado Democrático de Direito.
Por isso, é bom lembrar que as mudanças abrem novos caminhos para o futuro da mesma forma em que resgatam a memória. Assim, retroativamente, podemos desimpedir a evolução de um país que permanece obstruído por um legado de corrupção ética, moral e material. Ressalto ao final que a instauração da Comissão da Verdade e do Acesso à Informação dá para entender que a busca pela verdade é a ordem do dia no Brasil de hoje e de amanhã.

Deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP)

Observação: Nota em resposta as seguintes reportagens: 
1) http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2012/05/28/em-entrevista-gilmar-confirma-pressao-de-lula/
2) http://www.conjur.com.br/2012-mai-27/comportamento-lula-indecoroso-avaliam-ministros-supremo
3) http://oglobo.globo.com/pais/lula-sobre-encontro-com-mendes-meu-sentimento-de-indignacao-5049209
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Gilmar Mendes, além do tiro no pé, pode ser processado criminalmente


Wálter Fanganiello Maierovitch, CartaCapital

“Numa linguagem futebolística, tão a gosto do ex-presidente Lula, pode-se concluir ter o jogo terminado 2×1.
O desmentido de Lula encontra apoio no testemunho de Nelson Jobim, único presente ao encontro. A propósito, um encontro ocorrido, a pedido de Lula, no escritório de Jobim, no dia 26 de abril deste ano.
O ministro Gilmar Mendes, além de a sua versão ter ficado isolada, conta com a desvantagem de ter esperado um mês para denunciar, pela imprensa, a “pressão” e a “chantagem” que atribuiu ao presidente Lula. O perfil mercurial de Mendes, que é bem conhecido, não se adéqua a um mês de espera.
Segundo Mendes declarou à revista Veja e confirmou em entrevistas, Lula teria ofertado-lhe “blindagem” na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o escândalo Cachoeira-Demóstenes-Delta. O motivo da proteção na CPMI teria sido o financiamento feito por Cachoeira de uma viagem a Berlim feita por Mendes em companhia de Demóstenes.
É inexplicável não tenha Mendes, diante da supracitada “chantagem” (na última entrevista Mendes usa o termo “insinuações”), levado o fato, por ser criminoso, ao conhecimento imediato de seus pares e da Procuradoria-Geral da República.
Antes de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF), Mendes era membro do Ministério Público Federal, cujo chefe institucional é o procurador-geral da República. Ou seja, Mendes conhece bem o mecanismo a ser acionado para encaminhamento de uma “notitia criminis”.
Artigo Completo, ::Aqui::
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terça-feira, 29 de maio de 2012

Jean Wyllys diverge do PSOL sobre investigação de Lula

Partido assinou, junto com a oposição de direita, representação pedindo investigação de Lula. Via twitter, deputado do PSOL disse não se sentir confortável em se juntar a partidos de direita “enquanto houver guerras de versões e não fatos”. "Se houvesse provas, a representação era justa. Mas por enquanto há guerra de versões. E a melhor delas não pode ser a da direita", acrescentou o parlamentar.

Vinicius Mansur

Após a publicação de reportagem da revista Veja, no último fim de semana, acusando o ex-presidente Lula de suposta pressão sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para adiar o julgamento do mensalão, os partidos de oposição de direita e esquerda protocolaram uma representação contra Lula na Procuradoria Geral da República (PGR).
Assinaram a representação o PSDB, DEM, PPS e PSOL. Em nota intitulada “PSOL quer investigar tudo e todos”, o partido afirma ser “favorável a mais completa investigação sobre a veracidade dos fatos citados” pela revista Veja e diz que “a não assinatura poderia ser utilizada pelos nossos adversários como um gesto de omissão”. O PSOL ainda considerou o pedido à PGR como “insuficiente” e afirmou que nesta terça-feira (29) iria exigir do órgão a investigação do ministro Gilmar Mendes.
Apesar de assinar a nota do PSOL, o deputado federal Jean Wyllys, eleito pelo partido no Rio de Janeiro, registrou em três post de seu Twitter, nesta terça, críticas à decisão do partido.
“Enquanto houver guerra de versões e não fatos, não me sinto confortável em me juntar a partidos de direita contra Lula.”
“Se houvesse provas, a representação era justa. Mas por enquanto há guerra de versões. E a melhor delas não pode ser a da direita.”
“Mas o partido é uma instância maior que o indivíduo. E democraticamente a maioria da representação do partido no CN optou por assinar."
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O ódio a Lula

“O Brasil já cultivou ressentimentos irracionais em relação a Getúlio, JK, Jango e, agora, ao metalúrgico que ainda é a principal força política do País

Por Leonardo Attuch

Teve início, neste fim de semana, um movimento organizado de ataque ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, a reportagem sobre a suposta chantagem exercida por ele contra Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, para adiar o julgamento do mensalão, já desmentida pelo anfitrião do encontro, Nelson Jobim. Depois disso, críticas espalhadas pela rede sobre o comportamento indecoroso de Lula diante das instituições e até ironias relacionadas ao uso de remédios para o tratamento contra o câncer na laringe. Por fim, vozes mais radicais cobrando até a prisão do ex-presidente.
Por que será que Lula, depois de oito anos de governo, tendo deixado o Palácio Planalto com recordes de aprovação, tanto junto ao povão quanto às elites, que se tornaram ainda mais ricas, desperta tanto ressentimento? A resposta é uma só: goste-se ou não dele, Lula ainda é a principal força política do Brasil. E é uma força viva, que pode voltar ao poder em 2014 ou em 2018.”
Mas essa seria uma análise objetiva, dos que fazem cálculos frios nos jogos de poder. Ocorre que o ressentimento em relação a Lula, muitas vezes, é irracional. Como pode um retirante, metalúrgico, sem educação formal ter chegado tão longe? É isso que incomoda boa parte da classe média brasileira.
Sentimentos assim já houve no passado em relação a outros líderes políticos, como Getúlio Vargas, João Goulart ou mesmo Juscelino Kubitschek. Os paulistas odiavam Getúlio e nunca lhe deram um nome de avenida. Mas poucos fizeram tanto pela industrialização do estado, que começou a se libertar do atraso cafeeiro, como o líder trabalhista. Os militares também odiavam JK, mas, no poder, tentaram reproduzir sua visão de “Brasil Grande”. E os que vierem depois de Lula, de certa forma, serão escravos do seu modelo de inclusão social.
Por mais que o critiquem, Lula não será abatido por seus detratores. Até porque, até aqui, ele foi um democrata. E resistiu à tentação do terceiro mandato, quando teria totais condições de se perpetuar no poder.
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O DEDO NA FERIDA



Estranhíssimo que um ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do mesmo STF vaze conversa reservada com um ex-presidente da República. Muito mais estranho: se a conversa teve tal gravidade, por que Gilmar Mendes não reuniu o tribunal no dia seguinte e não denunciou o fato? Por que não fez uma representação contra Lula? Era o seu dever. Por que esperou um mês para se dizer indignado?
É digno de um ministro, ex-presidente do Supremo, vazar através da imprensa informações desse teor? Se é que são verdadeiras. Se era para revelar, por que ele mesmo não revelou? Por que esperou a Veja fazer o trabalho para, só então, numa tabelinha, dizer o que disse?
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Novo vídeo do caso Mirella/Band compromete apresentador Uziel Bueno

No Blog do Rovai

O vídeo que segue completa a matéria da entrevista de Mirella Cunha que apresentei aqui na segunda-feira passada e que havia sido apresentado no programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes da Bahia. Daquele vídeo só constava a entrevista de Mirella. Agora surge o complemento com os comentários do apresentador Uziel Bueno, famoso no estado pela sua agressividade.
O vídeo tem montagens típicas de internet, como repetições das falas e legendas, mas deixa evidente e claro que Uziel Bueno é tão responsável quanto Mirella Cunha neste caso. Ou seja, a Rede Bandeirantes que condenou de pronto o episódio precisa se posicionar também sobre os comentários do seu apresentador.
Num primeiro momento, Uziel insinua com dois dedos que vai fazer o exame de próstata em Paulo Sérgio. Depois, com uma folha de sulfite enrolada simulando um pênis, repete as provocações.
Assista este vídeo e confira você mesmo se as atitudes de Uziel não são tão graves quanto as de Mirella do ponto de vista da ética jornalística e do respeito aos direitos humanos.

RUMO AO IMPEACHMENT ?

Gilmar Mendes: foi por medo de avião…

por Rodrigo Vianna

Suarento e gaguejante, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes apareceu na tela da Globo na noite de segunda-feira. Confirmou o encontro com Lula e reafirmou que “houve a conversa sobre o Mensalão”.
Ok. Mas em que termos? E o que isso teria a ver com a CPMI do Cachoeira/Veja? Gilmar respondeu no melhor estilo rocambole, o estilo de quem está todo enrolado:“Depreendi dessa conversa que ele [Lula] estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa conversa da CPMI”.
“Depreendi”, “inferindo”. Hum…
De forma rocambolesca, Gilmar Mendes piscou. Pouco antes, Lula publicara nota em que manifesta “indignação” com o teor da reportagem…
PSDB/DEM/PPS e a velha mídia, numa estranha parceria com o PSOL, tentam transformar o encontro Lula/Mendes em notícia, para impedir que venham à tona fatos gravíssimos já de conhecimento de alguns integrantes da CPI Cachoeira/Veja.
Qualquer ser pensante pode concluir por conta própria: se Gilmar sentiu-se “chantageado” ou “pressionado” por um ex-presidente, por que levou um mês (a reunião entre ele e Lula teria ocorrido em 26 de abril) para revelar esse fato ao Brasil? E por que o fez pela “Veja”, em vez de informar seus pares no STF, como seria sua obrigação?
A explicação pode estar aqui, nos grampos que o tuiteiro Stanley Burburinho fez circular pela rede. Nesses grampos, depreende-se que um tal “Gilmar” (e o próprio agente da PF conclui que o citado parece ser ”Gilmar Mendes”) teria viajado num jatinho emprestado pelo bicheiro Cachoeira. Na companhia (ou compania?) de Demóstenes, o mosqueteiro da ética.
Parafraseando outro ministro do STF, Celso de Melo: “se” a viagem de Gilmar Mendes no jatinho do bicheiro se confirmar, estaríamos diante de um caso que não teria outra consequência possível, se não a renúncia ou o impeachment. Repito: “se” a viagem se confirmar. É preciso apurar. Os indícios são gravíssimos.
A entrevista para “Veja”, seguida do suarento balbuciar no JN da Globo, parece indicar desespero. Uma espécie de defesa antecipada. Fontes na CPI informam que haveria mais material comprometedor contra certo ministro do STF, nas escutas a envolver Cachoeira.
A entrevista à “Veja”, portanto, teria como explicação aquela velha canção: “foi por medo de avião… que eu peguei pela primeira vez na sua mão”.
Mais que um aperto de mãos, Gilmar Mendes e Veja podem ter dado um abraço de afogados. A Cachoeira é funda e não se sabe quem conseguirá nadar até a margem…
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Cabo vindo da Venezuela acelera a internet de Cuba

Um cabo de fibra óptica vindo da Venezuela, chegou no começo desta semana a Cuba, acelerando em 3 mil vezes a baixa velocidade de conexão da ilha e driblando as restrições impostas pelos Estados Unidos.

A retaliação de Veja a Nelson Jobim já começou


Por Luis Nassif, 

Os fins de ciclo costumam ser profundamente didáticos. O final da hegemonia expõe gradativamente os vícios do modelo anterior, as práticas condenáveis, movidas pelo desespero, típicas de períodos de decadência.
Em 2008, na série “O Caso de Veja”, mostrei como se processa esse modelo de criação e destruição de reputações. Montam-se jogadas, artimanhas, estratégias. Quem não se enquadra ao comando da publicação imediatamente é alvo de represália.
Hoje em dia, com a revista em pleno foco, com suas práticas sendo acompanhadas com lupa por toda a opinião pública – devido às ligações com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira – iniciam-se as represálias contra Nelson Jobim. Unicamente porque não endossou a reportagem e expôs a mentira da revista.
Não há sutileza, visão estratégica, análise de crise. Há apenas a truculência, a falta de sofisticação nas ações, o prendo-e-arrebento midiático.

Por Lauro Jardim 
Radar on-line
com Robson Bonin, Thiago Prado e Severino Motta segunda-feira, 28 de maio de 2012

Longe do Jobim, Reunião cancelada
Nelson Jobim já andava queimado no PMDB por causa das críticas que fez ao partido no último dia 17 deste mês, durante o 2º Fórum Nacional – o PMDB e as eleições municipais 2012. Na presença dos principais caciques peemedebistas, Jobim tratou o PMDB como uma sigla “sem opinião, sem cara e sem voz”, um partido sem projeto nacional, simples “homologador” do PT.
Agora, depois de emprestar o escritório para o polêmico encontro de Lula com Gilmar Mendes, Jobim virou uma espécie de leproso. Nenhum cacique quer chegar perto de Jobim nesse momento. Tanto que a bancada peemedebista do Senado cancelou hoje a reunião que teria nesta quarta-feira com Jobim para discutir o pacto federativo.
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O recuo de Gilmar Mendes

POR: Luis Nassif

A suposta reconstituição da conversa com Lula, feita por Gilmar Mendes em Manaus, é totalmente diferente do que saiu na Veja. Há um claro recuo de Gilmar.
Ele narra uma conversa normal, que conteve vários temas, explica que Lula apenas mencionou que o julgamento do mensalão, agora, poderia ser contaminado pelas eleições, mas não fez nenhum pedido. E que ele, Gilmar, só estranhou quando Lula perguntou da viagem a Berlim.
Aí Gilmar faz uma série de ilações da cabeça dele. Quando descreve a conversa, diz que os pedidos não são explícitos. Ou seja, todas as conclusões decorreram de deduções dele.
Um amigo me escreve perguntando qual a lógica por trás dessa armação. Minha resposta é que não há lógica na loucura. O pânico produziu um surto na cabeça de Gilmar. A entrevista mostra um ser patético, inseguro, com uma versão que em nenhum momento poderia ter servido de base para a matéria de Veja.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

A força da imagem do PT

Na Carta Capital desta semana, Marcos Coimbra escreve importante artigo sobre os resultados de recente pesquisa da Vox Populi que dirige.
Uma pesquisa de âmbito nacional sobre o sistema partidário do Brasil.
48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido.
Mas, 80% se restringiram a apenas três.
O PT, com 28% das respostas.
O PMDB com 6%.
E o PSDB com 5%.
Conclui Marcos Coimbra: “É com essa imagem e a força da aprovação de suas principais lideranças que o PT se prepara para enfrentar os difíceis dias em que o coro da indústria de comunicação usará o julgamento do mensalão para desgastá-lo. Conseguirá ?”
Conclui-se que o “coro da indústria de comunicação” é mais importante do que os 5% do PSDB.
Este ansioso blogueiro duvida que o Supremo condene o José Dirceu – e, do ponto de vista político, ou seja, da imagem do PT, da Dilma e do Lula, o que interessa no mensalão é o destino do José Dirceu.
Logo, o mensalão não vai arranhar “a força da imagem do PT”, como diz Coimbra.
E a estratégia de convocar a CPI para desmoralizar o Golpe do Mensalão deu certo.
A Veja, o brindeiro, os tucanos, o Demóstenes e o Gilmar foram irremediavelmente atingidos.
Especialmente depois desse Golpe do João Sem Braço em que se meteram o Gilmar Dantas e a Veja – clique aqui para ler “Gilmar tem que processar Lula e chamar Johnbim de testemunha”; aqui para ler “Por que Gilmar foi tão audacioso?”; aqui para ler “Gilmar e Cachoeira têm o mesmo personal araponga”; e aqui para ler“Francischini, o novo valentão do PiG”.

Paulo Henrique Amorim
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Do que tem medo o ministro Gilmar Mendes?

Do que tem medo o ministro Gilmar Mendes?
NÃO DUROU NEM 24 HORAS A NOTÍCIA BOMBÁSTICA DE VEJA, DANDO CONTA DE QUE O EX-PRESIDENTE LULA TERIA PRESSIONADO O MINISTRO DO STF A POSTERGAR O JULGAMENTO DO MENSALÃO EM TROCA DE BLINDAGEM NA CPI; O MOTIVO PARA A “CHANTAGEM” SERIA A VIAGEM DE GILMAR A BERLIM, NA DATA EM QUE LÁ ESTIVERAM DEMÓSTENES E CACHOEIRA; JOBIM NEGOU E DEIXOU CLARO: TEM CAROÇO NESSE ANGU.

247 – Não há meio termo nesta história. Ou Gilmar Mendes mentiu, ou foi Nelson Jobim quem faltou com a verdade. Neste sábado, Veja publicou uma notícia gravíssima: a de que o ex-presidente Lula teria se encontrado com Gilmar Mendes em abril deste ano, no escritório do advogado Nelson Jobim, e pedido a ele que postergasse o julgamento do mensalão para não prejudicar o PT nas eleições municipais. A denúncia, qualificada como “bombástica” por Ricardo Noblat e apontada por Reinaldo Azevedo como a prova cabal de que Lula degrada as instituições da República, despertou reações extremadas. Já há internautas sugerindo que Gilmar Mendes deveria ter dado voz de prisão a Lula no momento em que o ex-presidente teria tentado pressioná-lo.
A denúncia de Veja, no entanto, não durou nem 24 horas. E a questão agora consiste em saber quem mentiu: Gilmar ou Jobim? De acordo com o relato da revista Veja, Lula e Gilmar teriam conversado reservadamente, na cozinha do escritório de Jobim, sem que o ex-ministro da Justiça tivesse presenciado o diálogo. Jobim, no entanto, foi enfático. Disse que Lula chegou quando ele e Mendes já conversavam, garantiu que presenciou todo o encontro e afirmou ainda que não houve nenhum instante de privacidade entre o ex-presidente e o ministro do STF. Mais: disse ainda não saber por que Gilmar Mendes fez as declarações que fez à revista Veja (leia mais aqui).
Nelson Jobim tinha à disposição uma saída diplomática para o caso. Poderia dizer que não se recordava do teor da conversa, que saíra da sala para atender um cliente ou ter dado qualquer outra desculpa para não se indispor nem com Lula, seu ex-chefe, nem com Gilmar Mendes, um ministro que julga suas causas no Supremo. Preferiu jogar a batata quente para o próprio ministro do STF, que agora terá que provar que um ex-presidente da República realmente tentou chantageá-lo – segundo Gilmar, em troca do adiamento do julgamento do mensalão, Lula estaria oferecendo uma blindagem na CPI do Cachoeira.
Ainda há juízes em Berlim?
Dada a ênfase de Jobim, não se pode descartar a hipótese de que Gilmar Mendes tenha tentado obter na revista Veja o que os advogados chamam de habeas corpus preventivo. Ciente de que será citado na CPI do caso Cachoeira no futuro, o ministro do STF teria se vacinado.
Mas por que Gilmar seria citado? De que poderia ter medo? O fato é que o ministro do STF fez uma viagem a Berlim, capital alemã, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (sem partido/GO). Até aí, nada demais. Um ministro do STF pode se encontrar com um senador da República, dentro ou fora do País.
Na mesma viagem, no entanto, Carlos Cachoeira acompanhava Demóstenes. Não se sabe, no entanto, se o bicheiro teria tido algum encontro com o ministro do STF. Mas a agressividade da revista Veja contra o ex-presidente Lula pode indicar, como dizem os mineiros, que há algum caroço nesse angu.
No dia 9 de abril deste ano, reportagem do 247 revelou que Gilmar chamou para si uma ação estratégica para os interesses de Cachoeira (leia mais aqui). Depois da notícia, o ministro devolveu o processo.
Outra história enigmática diz respeito à atuação na denúncia orquestrada por Carlos Cachoeira contra Waldomiro Diniz, ainda em 2004, que contou com a participação do promotor José Roberto Santoro e do ex-senador Antero Paes de Barros, que é amigo do ministro Gilmar Mendes.
Finalmente, há ainda a história do grampo entre o senador Demóstenes Torres e o ministro do STF, publicado por Policarpo Júnior, em Veja, e que derrubou a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência, a quem foi atribuída a gravação.
Ao que tudo indica, o grampo entre o senador e o ministro do STF também foi produzido pelos estúdios Cachoeira, com a participação dos arapongas Jairo Martins e Idalberto Matias.
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A maior ameaça ao Supremo

Por: Luis Nassif

Para se expor dessa maneira, só há uma explicação para a atitude do Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal): tem culpa no cartório.
Gilmar participou de duas armações anteriores com a revista Veja: o “grampo sem áudio” (junto com seu amigo Demóstenes Torres) e o falso grampo no Supremo.
No primeiro caso, pode ter participado sem saber. No segundo foi partícipe direto.
Como se recorda, a revista abriu capa com a informação de que havia sido detectada escuta em uma das salas do Supremo. Serviu para uma enorme matéria sobre a “república do grampo” e para a prorrogação da CPI. Tudo com o objetivo de derrubar a Operação Satiagraha.
Era falso. O relatório da segurança do Supremo – entregue à revista por pessoas ligadas à presidência do órgão – não indicava nada.
Era um relatório banal, que havia captado alguns sinais de fora para dentro. Entregue à CPI, o relatório foi publicado aqui e em pouco tempo engenheiros eletrônicos desmontaram a farsa: como é possível um grampo que capta sinais de fora para dentro? Era isso o que o relatório indicava. O mais provável é que fosse um mero sinal de alguma externa de emissora de televisão. E Gilmar-Veja conseguiram, com essa armação, prorrogar uma CPI!
Nenhum especialista em grampo cairia nessa confusão. Gilmar ou seus homens apenas seguiram o roteiro tradicional da revista para criar escândalo: uma verdade irrelevante (a captação de sinais de fora para dentro), a ocultação do fato relevante (sinais de fora para dentro não têm nenhum significado) e, pronto!, mais um escândalo fabricado - impossível de ser desmentido, já que o acordo com a velha mídia colocava uma barreira de silêncio a todos os abusos da revista.
Àquela altura, Veja mostrava seu enorme despreparo para entender as novas mídias. Não se deu conta de que a blogosfera tinha se convertido em uma alternativa eficaz contra pactos de silêncio. E a denúncia da armação foi difundida.
Agora, com as redes sociais em plena efervescência, com os métodos da revista sendo progressivamente questionados, tenta-se essa jogada, que lança Gilmar Mendes no centro do vulcão.
O que o levou a essa provável armação é óbvio: medo da CPI. Pela matéria da revista, fica-se sabendo que o fato que o ameaça teria sido uma suposta viagem à Alemanha bancada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Na matéria, Gilmar desmente, afirma que vai para a Alemanha como Lula vai a São Bernardo. E diz ter condições de comprovar que pagou as despesas. Que mostre, então (a revista não mostra os comprovantes).
Tem mais.
Até hoje não deu as explicações devidas pelo factóide do tal grampo no Supremo. Quem armou a jogada? Foi o chefe de segurança que contratou e que era especialista em grampos? Foi seu chefe de gabinete? Foi o assessor de comunicação do Supremo?
NO dia 30 de abril de 2011, o Estadão divulgou nota informando que Gilmar Mendes contratara, para o STF, o araponga Jairo, homem de confiança de Cachoeira.
Aliás, o próprio Supremo – não fosse o corporativismo rançoso – há muito deveria ter cobrado explicações de seu então presidente. Os mais altos magistrados do país comportam-se como qualquer juiz que não quer julgar, “porque isso não é comigo”, ou procurador que testemunha uma grave ofensa a interesses difusos, mas não se julga responsável por atuar, por não ter sido provocado.
E é a imagem da Suprema Corte que está em jogo, da qual cada Ministro deveria se sentir responsável.
Com seu açodamento, falta de limites e de respeito pela casa, nunca houve Ministro do STF como Gilmar Mendes.
Talvez apenas Saulo Ramos conseguisse superá-lo - caso tivesse sido indicado por José Sarney.
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Mensagem do Lula ao #3BlogProg

Gilmar tem que processar Lula. Com Johnbim de testemunha


Se fosse verdade o que Gilmar Dantas disse à Veja – clique aqui para ler sobre a “armadilha da Veja”- ele não poderia correr o risco de se incriminar como um prevaricador.
Um Ministro do Supremo não poderia eximir-se da responsabilidade de tentar punir o reles chantagista.
Se isso for verdade, Gilmar Dantas não tem alternativa.
Entrar na Justiça nesta segunda-feira com uma denúncia contra o chantagista e arrolar como testemunha a única pessoa que assistiu à chantagem.
Gilmar tem que processar Lula e Nelson Johnbim tem que ser sua testemunha.
O perigo é o acusado arrolar a mesma testemunha, Nelson Johnbim, aquele que foi Ministro cerrista da Dilma.
Ao Estadão, Johnbim desmentiu Gilmar insofismavelmente e desmontou a armadilha.
Chamou Gilmar de mentiroso.
No Globo, também desmentiu, mas, ali, notável colonista social percebeu no tom de voz uma inclinação mentirosa, uma contradição entre o que dizia e a forma pela qual dizia.
Um fonoaudiólogo, infiltrado no Globo !
E concluiu o crítico de hábitos brasilienses: Johnbim me mentiu quando me disse que Gilmar mentiu.
Um jenio !
(Observa, amigo navegante, que este global colonista de costumes tem essa mania: dá uma informação que talvez desagrade os patrões, e, lá no fim, desdiz o que disse.
Foi o que fez no rumoroso episódio em o Globo se arrependeu de acusar o Policarpo.)
O Johnbim também ficou numa sinuca.
Caiu também na armadilha.
Se não a armou.
Johnbim terá que chamar um dos dois de mentiroso: o Gilmar ou o Lula.
Sem menosprezar o fato de Gilmar, ao confirmar as declarações, chamar o Johnbim, que o desmentiu, de mentiroso.
Amigo navegante, veja a gravidade do que o Gilmar e a Veja fizeram: transformaram dois ministros do Supremo em mentirosos.
Até que um processo judicial movido por Gilmar esclareça tudo.
Se não esclarecer, o destemido advogado do Espírito Santo, o Dr Piovesan se verá na contingência de reiniciar no Senado e no Supremo o pedido de impeachment de Gilmar.
Por que Gilmar jogou essa cartada audaciosa ?
Isso é assunto para o Profeta Tirésias: clique aqui para ler “Como Gilmar tentou melar a CPI”.

Paulo Henrique Amorim
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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma: 12 vetos ao Código Florestal por Medida Provisória traz


ANISTIA A DESMATADORES ESTÁ ENTRE OS VETOS DE MP EDITADA PELO PLANALTO 

Agência Brasil – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou em entrevista coletiva as alterações que uma Medida Provisória editada pelo Palácio do Planalto para modificar o texto do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional. As novas diretrizes do Código Florestal preveem a recomposição do texto aprovado pelo Senado, sem anistia a desmatadores, a preservação de pequenas propriedades e a manutenção dos estatutos de Área de Preservação Permanente (APP).
O senador Jorge Viana (PT-AC) informou mais cedo que a presidenta Dilma iria editar medida provisória sobre temas que serão vetados no Código Florestal Brasileiro aprovado pelo Congresso, entre esses, a anistia a produtores que desmataram áreas de preservação permanente. Haverá obrigação de se recompor as áreas desmatadas ilegalmente, segundo o senador.
Viana, que foi um dos relatores do Código Florestal no Senado, junto com o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), esteve no final da manhã no Palácio do Planalto, onde recebeu a informação, a ser divulgada oficialmente apenas às 14 horas desta tarde, em entrevista coletiva com os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
"A presidenta vai tirar do texto aprovado tudo que implicar em novos desmatamentos e em anistia aos produtores rurais que desmataram [áreas de preservação permanente]. Está mais do que na hora de virarmos a página da insegurança jurídica [com relação ao tema]", disse o senador, referindo-se à decisão de editar medida provisória para preencher as lacunas legais geradas a partir do possível veto a trechos do Código Florestal.
De acordo com o senador, a medida provisória dará tratamento diferenciado a pequenos produtores e agricultores familiares com propriedades até 2 módulos rurais. Deve fazer parte da nova legislação, conforme Jorge Viana, a obrigação de recomposição ambiental das reservas que foram desmatadas ilegalmente. Também deve ser incluída na medida provisória a proibição a novos desmatamentos.
Segundo Jorge Viana, a medida provisória texto não incluirá anistia para os produtores rurais que desmataram área de preservação a partir de 2008, inviabilizando uma das principais mudanças obtidas pela bancada ruralista na aprovação do Código Florestal. Por conta da vitória ruralista, o texto aprovado pela Câmara, no fim de abril, deixou fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado.
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POR QUE DILMA DEVE VETAR O NOVO CÓDIGO FLORESTAL?



Porque o texto incentiva a ocupação das chamadas áreas de risco: encontas de morros e margens de rios e córregos.
Porque com menos vegetação aumentam os riscos de deslizamentos e enxurradas vindas das encostas e com o aumento da correnteza dos rios vêm as enchentes e alagamentos.
Porque a proposta de reduzir a chamada área de mata nativa, que deve ser conservada nas propriedades, pode acabar muitas espécies de plantas e animais e incentivar ainda mais o desmatamento.
Porque o Novo Código também pretende perdoar multas aos que já desmataram ilegalmente sem exigir sequer a recuperação da área atingida.
Porque o desmatamento e consequente queimada aumenta ainda mais a emissão de gases de efeito estufa, o que pode aumentar o aquecimento global.
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Na contramão da História: Governo do Pará reluta em divulgar relação nominal com os salários dos servidores.


Amoras: medo de ações judiciais em questão já pacificada pelo STF, a mais alta Corte de Justiça do País.

No Blog da Perereca 

Na contramão da Lei da Transparência e até de recente decisão do Supremo Tribunal Federal, o Governo do Pará reluta em divulgar a relação nominal de remuneração do funcionalismo público estadual. Ou seja, quanto cada um recebe, entre vencimento base e penduricalhos.
Não há nem prazo para que informação esteja disponível ao distinto público. O TJ ainda nem “debateu a questão”, apesar de a presidente do TSE já ter fornecido à imprensa até o contracheque.
E a explicação fornecida ao distinto público, em reportagem publicada no jornal Diário do Pará de hoje, 24, é de uma singeleza impressionante.
Segundo o auditor geral do Estado, Roberto Amoras, o governo paraense ainda estuda como divulgará tais informações, para evitar ser alvo de ações judiciais, como ocorreu em São Paulo e no Amapá.
O que Amoras não disse ao Diário do Pará e ao distinto público é que, para a recente decisão do STF, pesou justamente uma decisão anterior do mesmíssimo STF, no sentido da publicidade dessas informações.
Foi assim: em 2008, se não me falha a memória, a Prefeitura de São Paulo publicou na internet a remuneração de cada servidor. Associações de servidores públicos recorreram à Justiça. O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar suspendendo a divulgação.
Mas a Prefeitura recorreu e, em 2009, o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, cassou a liminar.
Em meados do ano passado, em decisão unânime, o plenário do STF confirmou: a divulgação desses dados é, sim, legal. E só o que tem de ficar de fora, por uma questão de segurança, é o endereço particular de cada servidor, assim como o número de CPF e da carteira de identidade.
Diz, à certa altura, o acórdão do STF: “Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6º do art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um Estado republicano”.
Daí que, na semana passada, não havia como o Supremo resolver diferente em relação a si mesmo.
Quer dizer, já há até um parâmetro para a maneira de divulgar esses dados: basta colocar na internet a relação com o nome, lotação, cargo base, cargo em comissão, vencimento base, valor dos penduricalhos e remuneração bruta e líquida de cada servidor.
Complicado? Não. É mais ou menos como já faz há anos a Prefeitura de São Paulo.
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A CPI no rumo certo: Globo, Gilmar e Cerra


Como se sabe, existe a CPI do PiG.
Aquela em que os senadores Catão dos Pinhais e a Kátia Abreu brilham no jornal nacional.
Aquela que o PiG ora quer transformar em pizza. Ora quer reativar, com o encarceramento do Agnello e do Cabralzinho.
Mas, existe a verdadeira CPI que jorra dos vazamentos e nos desvãos da CPI global.
É a CPI que “saiu do controle”, que todo mundo vai ver, independente do resultado final.
Como se sabe, por exemplo, a CPI dos Bingos jamais ouviu um único bicheiro ou dono de bingo.
Foi para montar o mensalão que está por provar-se.
E o ex-prefeito de Anápolis, na TV Record, já melou o mensalão.
A CPI da Nike indiciou o Mr Teixeira did you accept the bribe onze vezes e onze vezes ele foi absolvido na Justiça do Rio.
(Por falar nisso, por onde anda Mr Teixeira ? Será que o Galvão sabe do paradeiro ?)
Esta CPI já foi valiosa, independente do PiG e do destino que lhe queira dar.
Já fechou a Veja, que se torna a Visão contemporânea.
Já desmoralizou o Robert(o) Civita – quantos passaportes ele tem, mesmo ?, perguntaria o Brizola.
Já mostrou que o Procurador Geral da República tinha uma estratégia, sim.
Inconfessável: “Maierovitch: quem acredita no Gurgel?”.
Já mostrou também que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (**) tem duas questões a esclarecer ao distinto público:
- o que significa o Demóstenes dizer “o Gilmar mandou subir” ?
– e do que se tratou no jantar que o Gilmar intimou o Demóstenes a aceitar ?
Agora, finalmente, a CPI toma rumos certos.
Poderá dissipar essas duvidas que pairam sobre o mais alto Judiciário: um PGR e um Ministro do Supremo.
E sobre a margarida que finalmente apareceu.
Antes, se imaginava que o papel do jornal nacional era transformar em Chanel # 5 o detrito sólido de maré baixa que o Cachoeira plantava na Veja.
Agora, começam a surgir os sinais mais claros de que, talvez, quem sabe ?, o Cachoeira plantasse no próprio jornal nacional e ramificações.
Diz o Mino Carta, sempre atento aos movimentos do que chama de “mídia nativa”: provavelmente, os “deslizes” do jornal nacional sejam em menor monta do que os da Veja.
Pudera !
Em qualquer lugar do mundo a Veja já teria sido fechada.
De maior ou menor monta, a batata do Ali Kamel assa:
“Quem é o Doni da Globo que fala com o Dadá ?”
Outro rumo inexorável da CPI, ou do que dela vazar e jorrar, será a exposição das atividades da Delta em São Paulo, em plena temporada eleitoral:
“CPI: relator quer levar Delta a Cerra”
A Delta deve ter “investido” na São Paulo do Padim Pade Cerra mais do que “investiu” em Goiás.
Sabe como é, amigo navegante, tudo é grande em São Paulo: até o “Caracazo”.
Provavelmente, o amigo navegante não lerá no PiG nada que incomode a Globo, o Padim Pade Cerra e seu fidelíssimo aliado, o Paulo Preto.
Não tem a menor importância.
Oitenta por cento dos brasileiros hoje se informam mais pela internet do que pelo PiG.
O Jurassic Park só resiste na telinha da Globo.
E é por isso que o Michel Temer fez aquele pacto sinistro com a Globo.
Veja bem, amigo navegante.
Como os dinossauros se aproximam da cratera que os engolirá: o Dr. Roberto tratava direto com o Presidente da República.
Os filhos do Dr. Roberto – eles não têm nome próprio – agora fazem acordo com o vice.
Eles também são vice.
Que não manda nada.

Paulo Henrique Amorim
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“Gilmar intimou Demóstenes para um jantar”


O Conversa Afiada reproduziu e-mail que recebeu do infatigável Stanley Burburinho, o mesmo que se perguntou: “Quem é esse Doni da Globo?”.

1- “GLEYB pede pra desmarcar o jantar hoje. Diz que o GILMAR MENDES intimou o DEMÓSTENES para um jantar hoje.
CARLINHOS pediu desculpas e vai remarcar a data deste jantar.”

2 – Obs: Faça busca pela palavra “Gilmar” no link abaixo: Página 29 do link: http://pt.scribd.com/doc/91629993/INQ-3430-Apenso-01-Volume-06

Clique aqui para ler “A frase que Gilmar não consegue explicar: o Gilmar mandou subir” – PHA
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“Lembram-se desta propaganda da época em que José Serra era governador de São Paulo?



Aprovado em 2007 pelo próprio Serra, o Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, ou simplesmente Expansão SP 2008-2010, foi “vendido” como o maior projeto de transporte público já realizado no Brasil. Tinha ainda um slogan sedutor: mais qualidade de vida, mobilidade e desenvolvimento.
Porém, quem hoje, em 2012, usa as linhas do Metrô paulistano e da CPTM (na capital e Região Metropolitana) sabe muito bem que há uma distância monumental entre a propaganda tucana — trens modernos, confortáveis, espaçosos, ligeiros, arejados – e a realidade vivida pela população – vagões superlotados, paradas constantes, viagens lentas, falhas.
Desde 2007, no mínimo 102 panes graves aconteceram no Metrô de São Paulo; apenas em 2012, somam 33. A da quarta-feira retrasada, 16 de maio, levou à colisão de dois trens na Linha 3-Vermelha, entre as estações Penha e Carrão. Acidente inédito nos quase 38 anos de operação do metrô paulistano, causou danos a 103 usuários (49 usuários feridos, 54 passaram mal).
Nas linhas da CPTM, foram 124 panes de 2010 a 20 de abril de 2012, sendo 33 este ano. Houve ainda atropelamento e morte de cinco funcionários (em 2011), três choques de trens (em 2012) que deixaram 54 feridos e revolta da população na estação Francisco Morato (também 2012) por causa dos atrasos constantes.
Nessas horas, invariavelmente, os sucessivos governos tucanos têm terceirizado a responsabilidade, jogando a culpa “nos outros”. Os bodes expiatórios são manjados: aumento de passageiros, falha técnica, blusa vermelha, disputa eleitoral.”
Matéria Completa, ::Aqui::
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Julian Assange entrevista ex-prisioneiro de Guantánamo

Ao lado do ex-advogado de empresas Assim Qureshi, Moazzam Begg faz hoje campanha pela libertação de outros prisioneiros da guerra contra o terrorismo.
Entrevista transcrita e traduzida pelo Coletivo Vila Vudu


Julian Assange: Essa semana, recebo dois convidados.
Moazzam Begg passou vários anos preso em Guantánamo, como suspeito de ser membro da Al Qaeda. Depois de forte pressão, o Reino Unido conseguiu que os norte-americanos o libertassem, em 2005, sem que jamais tivesse havido qualquer acusação formal contra ele.
Associado a Assim Qureshi, ex-advogado de empresas, Begg faz hoje campanha pela libertação de outros prisioneiros da guerra contra o terrorismo. Para tanto, fundaram a organização Cageprisioners [Prisioneiros da Jaula], organização islâmica pró Direitos Humanos. A organização exige respeito ao regime legal vigente, com o justo processo legal garantido para todos os prisioneiros. O que quero que me expliquem é como essa exigência, central no trabalho que fazem, pode conviver com a Xaria, a lei islâmica. Quero saber também como seria o sistema legal do Califato Islâmico, caso muçulmanos venham a formar um superestado.
Assange: Moazzam, quando estava preso em Guantánamo, você assinou a seguinte confissão:
“Eu estava armado e preparado para lutar ao lado do movimento Talibã e da al-Qaeda, contra os EUA e outros. Depois, me recolhi a Tora Bora, quando nossa linha de frente foi derrotada. Conscientemente prestei ajuda a membros da al-Qaeda, encontrando alojamento para seus familiares, e ajudando a distribuir propaganda da al-Qaeda; e recebi membros dos campos terroristas da al-Qaeda, sabendo que alguns recrutas poderiam vir a ser operadores da al-Qaeda e cometer atos terroristas contra os EUA.”
Esse modo de falar... Você fala assim, no dia a dia?
Moazzam Begg: Não, não, é claro que não falo assim.
Assange: Soa como se fosse peça de processo, redigida por advogados.
Moazzam Begg: Só assinei esse documento, porque estava com as mãos e os pés amarrados às costas; com a cabeça coberta por um saco; e estava apanhando por todos os lados, socos e pontapés, que não sabia de onde vinham, enquanto ouvia uma mulher gritar próximo de mim e me haviam convencido de que seria a minha mulher. Quando descobriam minha cabeça, mostravam fotos dos meus filhos. E diziam: “Você acha que ainda os encontrará vivos?” “Acha que os deixamos em casa, depois que tiramos você de lá?” Acabei convencido do que eles queriam me convencer: que ou eu assinava o que me mandassem assinar, ou provaria que não me interessava pelo futuro da minha família. Tive de escolher entre essas alternativas. E assinei, claro. Assinei.
Assange: Quando você afinal saiu de Guantánamo, uniu-se à organização Cageprisioners [Prisioneiros da Jaula], e passou a defender outros prisioneiros que você conhecera em Guantánamo ou em outros lugares, sempre exigindo que os prisioneiros contra os quais não haja nem acusação nem processo, têm de ser postos em liberdade.
Há aqui um fato incrível: em 2010, WikiLeaks encontrou um telegrama da Embaixada dos EUA em Luxemburgo, dirigido a Washington. O telegrama diz que você visitou Luxemburgo, numa campanha para que Luxemburgo libertasse os prisioneiros de Guantánamo:
“Mr. Begg está fazendo nosso trabalho por nós. É irônico que, depois de quatro anos de prisão e alegadas torturas, Moazzam Begg dedique-se hoje a dizer ao governo de Luxemburgo o mesmo que nós também dizemos. Por favor considerem a possibilidade de aceitar o reassentamento dos prisioneiros de Guantánamo”.
Como você se sente, sabendo que o governo Obama agora o vê como seu embaixador?
Moazzam Begg: É... Nada bom para a minha credibilidade nas ruas. Se as pessoas levassem e a sério o que o embaixador dos EUA diz, seria ruim. Mas não há dúvida de que os EUA ainda me veem como combatente inimigo.
Assange: Vamos falar desse enfoque extremo. O papel de Cageprisioners é conseguir libertar os prisioneiros presos sem processo, acusação ou sentença; e, pelo menos nos casos em que haja processo, encarregar-se da defesa deles.
Mas, atualmente, o governo dos EUA está usando drones e mísseis para matar muçulmanos radicais por todo o mundo. Cageprisioners ainda tem trabalho? Quero dizer... prisões como a que existe na baía de Guantánamo converteram-se em grave problema político. Mas se os EUA matam o suspeito... não há ninguém a prender e acabou o problema político.
Moazzam Begg: Bom seria que não tivéssemos trabalho, quero dizer, seria ótimo se não houvesse ninguém preso ilegalmente. Trabalhar com os presos e com os familiares dos presos que defendemos é trabalho muito doloroso. Antes, se dizia que Bush era o presidente ‘dos EUA da detenção extrajudicial’. Hoje já se diz que Obama é o presidente ‘dos EUA da matança extrajudicial’. E Obama prometeu mudanças. Disse que, com ele, chegava a mudança aos EUA. A única mudança que se vê é que a detenção extrajudicial converteu-se em matança extrajudicial.
Assange: Assim, em 2006, numa manifestação, você disse palavras muito duras:
“Quando vemos nossos irmãos lutando na Chechenia, Iraque, Palestina, Caxemira, Afeganistão, sabemos de onde recolher o exemplo. Quando vemos o Hizbollah, derrotar o exército de Israel, sabemos qual é a solução e onde está a vitória. Sabemos que é nosso dever comum apoiar a Jihad dos nossos irmãos em todos os países onde enfrentam a pressão do ocidente.”
Assisti ao vídeo. E, sim, tive a impressão de que se tratava de um muçulmano exaltado pregando a Jihad. Por que disse isso?
Assim Qureshi: Aconteceu no contexto em que os israelenses haviam bombardeado Cana, mataram multidões de civis. Foi em 2006. Agora, o que se tem de entender é que, até hoje, os muçulmanos continuam a ser atacados, em diferentes países, por todo o mundo. Centenas e milhares de pessoas continuam a morrer. Na realidade, nosso conceito de Jihad, na interação atual, significa que os muçulmanos têm pleno direito de defenderem-se. Estão sendo mortos, num processo de ocupação, de dominação colonial, no qual o racismo sempre está presente. Não faz sentido algum dizer a essas pessoas que não se podem defender, que não têm direito de lutar por sua legítima defesa. Que alguém, por sua vez, teria direito legítimo de condená-las, de matá-las, de prendê-las, sem lhes garantir direito de defesa.
Assange: Mas defesa, nesse caso, quer dizer resistência militar.
Assim Qureshi: Claro, todos esses países devem resistir. Quero dizer que... O fragmento que você leu não é todo o discurso. Naquele discurso, eu disse também que nós, como muçulmanos no Reino Unido, temos de apoiá-los, defendê-los, fazer campanhas, fazer todo o possível pra apoiá-los outros muçulmanos que estão em guerra. Estou plenamente convencido que isso é parte de nosso dever, de nossa obrigação.
Mas nada disso implica dizer que eu ache que a única solução seja o conflito. Somos contra a ideia de que a única solução seja o conflito. Pessoalmente, eu, particularmente, não acredito na violência como única solução. Para mim, a única solução é o diálogo. Mas, ao mesmo tempo, também acredito que todos têm direito de defender-se.
Assange: Mas quanto a essa defesa, na Chechênia, por exemplo, onde foi atacada uma escola..., mais de 300 pessoas morreram. Quero dizer, na Chechênia, há problemas militares...
Assim Qureshi: Claro...
Assange: ... para a população russa. Mas como se pode dizer que aqueles terroristas chechenos estariam defendendo, daquele modo, a Chechenia? É essa a defesa que você aceita?
Assim Qureshi: Não se trata de “eu”. Não estou dizendo que esses métodos estejam de acordo com o que eu penso, pessoalmente. Pessoalmente, não creio que aquele seja o modo islâmico de fazer as coisas. Mas não vivo naquelas circunstâncias.
E não posso fazer análises islâmicas, do ponto de vista jurídico, sobre coisa alguma, não sou especialista, erudito muçulmano. Não posso dizer que esse modo seja ou não seja o modo islâmico correto de fazer as coisas. Mas, sim, tenho discordâncias pessoais. Não concordo com tudo. Não concordo com o que Al-Qaeda faz pelo mundo. Não acredito que seja produtivo, em relação aos objetivos que querem atingir.
Mas ao mesmo tempo, no conceito geral, do qual se tratava, naquele discurso, acredito que as pessoas têm o direito de defender-se, não se pode simplesmente negar-lhes esse direito... Porque os EUA supõem que tenham toda a autoridade moral do mundo. Esse é o meu ponto de vista.
Moazzam Begg: Tenho algo interessante a dizer sobre a Jihad, porque é palavra usada de forma tão errada, tão abusiva, que as pessoas não entendem o que realmente significa. Não negamos que apoiamos a Jihad, isso é claro. O governo britânico também apoiou a Jihad; reuniu combatentes mujahedin nos anos 70 e 80, e foram treinados pela Força Aérea Britânica [no....]. Há apenas alguns meses, novamente governos ocidentais apoiaram os combatentes mujahedin – ou que eram chamados de mujahedin – na Líbia, contra Gaddafi.
Os meios de comunicação fazem esse jogo de palavras: a Jihad é sempre má, exceto quando [os meios de comunicação] a declaram boa.
Aí está mais uma coisa que nós, como ex-prisioneiros e como organização muçulmana, trabalhamos para explicar às pessoas: que os políticos e os meios de comunicação enganam as pessoas quando usam a palavra Jihad.
Assange: Preciso fazer duas perguntas difíceis. Se eu estivesse entrevistando Bush, ele provavelmente diria que não houve ataques terroristas significativos nos EUA depois de 2001. Argumentando a favor dele próprio, ele responderia que teve sucesso, porque usou todos os tipos de vigilância, aterrorizando os norte-americanos, aterrorizando as pessoas, de modo absoluto, com Guantánamo (prisões sem acusação formal, condenações sem julgamento, execuções arbitrárias.
Moazzam Begg: Acho que não posso responder sua pergunta, sobre se Bush agiu corretamente. Houve outro Bush antes dos ataques. Não sei se foram medidas corretas a tomar contra o terrorismo. Mas é interessante: há estudiosos especialistas em Al-Qaeda na Arábia Saudita, que, sim, dizem, sobre Bush: “Nos alegramos quando [Bush] chegou ao poder, porque parecia ser alguém que pensava como nós.”
Assange: Há eruditos que diziam isso?
Moazzam Begg: Sim, sim, há. Depois, Bush disse “Essa cruzada vai demorar algum tempo”. E foi nesse momento, depois de Bush dizer isso,que tudo começou a dar errado.
Assange: E Bin Laden? Quem disse que Bin Laden fez tudo certo?
Moazzam Begg: Bem... Se você pensa no que ele fez quando os soviéticos ocuparam o Afeganistão, e os EUA não apoiavam os soviéticos, é evidente que sim, Bin Laden fez tudo certo, e o apoio do Ocidente o legitimou. Disso, há muitas provas.
Assange: Não estou dizendo que o ocidente pense assim. Quero saber o que vocês pensam.
Moazzam Begg: Claro, entendo. E concordo. Entendo que os afegãos, para livrarem-se dos soviéticos, tenham buscado todos os apoios dos que desejassem apoiá-los. Naquele momento, Bin Laden estava certo. Mas, quanto aos ataque do 11/9, quanto a Bin Laden ter ordenado os ataques – se é que ordenou algum ataque –, ainda não sei. Minha opinião ainda não está definida, porque Bin Laden não foi julgado, ele não teve julgamento justo. Mas acho que, se ordenou os ataques, fez errado; porque iniciou uma reação em cadeia da qual ainda não conseguimos nos recuperar até hoje.
Assange: E o que você pensa de Bin Laden como líder? Por que teve êxito?
Moazzam Begg: Em primeiro lugar, não sei se foi líder. Acho que o mito perpetuador da al-Qaeda no Magreb, depois também na Europa e todas as franquias de al-Qaeda, formaram-se de coisas como... “Se todos dizem que somos al-Qaeda, então seremos al-Qaeda”. Mas realmente não acredito que tenha acontecido do modo como nos contaram. Há um mito sobre a extensão do alcance e da influência de Bin Laden como pessoa, como líder. Se você se aprofunda no mundo muçulmano, há atitudes muito diferentes. A maioria das pessoas não concorda com os ataques de 11/9, não concorda com matar civis, não concorda nem aceita absolutamente nada disso.
Assange: Qual era a opinião no mundo muçulmano sobre Bin Laden, antes do 11/9? Era conhecido?
Moazzam Begg: Acho que não, acho que não era conhecido. Talvez, pode ser, talvez fosse conhecido nos países do Golfo; dos que foram parte da luta da Jihad, contra os soviéticos; é possível que fosse conhecido entre essas pessoas. E com certeza [se fosse conhecido] seria respeitado pelo sacrifício pessoal, pela integridade moral, pelas várias atitudes que teve, e que o povo não esperava de um multimilionário.
Mas, depois disso, acho que passou a ser apresentado como algo maior do que realmente algum dia foi. Os EUA não atacaram diretamente Bin Laden: saíram à caça de nações inteiras e mataram dezenas de milhares de pessoas, nesse processo. Não faria diferença alguma se Bin Laden estivesse aqui ou acolá; seria irrelevante. Os sintomas dos quais Bin Laden falava continuam aí.
Assange: Como vocês se autodescreveriam, os traços principais: como muçulmanos, como libertadores, como gente que gosta de viver sob leis rígidas? Como intelectuais?
Moazzam Begg: [pensa um segundo] Tudo isso junto [risos].
Assim Qureshi: Acho que essas coisas não se excluem. Ser muçulmano significa postar-se a favor da justiça, ser um pouco radical, mas também significa ser um pouco conservador. Tudo isso ao mesmo tempo. Sabe... Deus disse, no Corão “Sê justo, ainda que te prejudique.” É lição muito, muito importante. Parte do que somos, do que nos caracteriza aí está: é preciso ser justo em qualquer circunstância inclusive quando se tenha de exibir prova contra si mesmo. Nosso caráter é formulado assim. Em muitos sentidos, a justiça é mais importante que outras coisas.
Assange: Na luta para libertar pessoas das prisões, e sabendo-se que vocês dois já foram prisioneiros... Vocês entendem que a luta pela liberdade de pessoas e de grupos de pessoas... Vocês acham que esse trabalho seria incompatível com a submissão a um deus?
Moazzam Begg: [sorriso] Estamos na Grã-Bretanha e temos de tratar com pessoas que têm outros interesses, outros governos, para...
Assange: Para mim, lamento, mas acho desconcertante, incômodo. Vocês não veem assim – ter de submeter-se à vontade de Deus?
Moazzam Begg: Bem... Como seres humanos, sempre temos de nos submeter a algo, a algum tipo de lei, de algum modo. Meu enfoque parte do mundo muçulmano, não falo do Ocidente, porque o Ocidente não precisa preocupar-se com as comunidades muçulmanas que vivem aqui. Entendemos as leis e as normas e entendemos que temos de aceitá-las, mesmo que, em alguns casos, não nos agradem.
Mas se estamos falando do mundo muçulmano – e é importante reconhecer que o mundo muçulmano vai do Magreb à Indonésia; estamos falando de 1/5 da população do planeta, e isso sem considerar...
Assange: [interrompe] Sim, sim, mas... E o que querem? Querem mais leis?
Moazzam Begg: Estou dizendo que querem que todos esses muçulmanos desejam que o Islã e a religião sejam parte da vida da população do mundo muçulmano, em termos de governança e em termos de vida cotidiana. Entendo também que isso é uma escolha que todos devem respeitar. O problema é que não a temos respeitado, nos últimos cem anos.
Assange: O que pensam do projeto de unir os muçulmanos num califato islâmico, sob a ideia central de um regime de lei que já existe, a lei da Xaria? Para vocês, é uma possibilidade?
Assim Qureshi: Acho que, se consideramos o modo como as comunidades islâmicas vão-se desenvolvendo no mundo, agora, especialmente a Primavera Árabe, os árabes terão muito assunto sobre o qual refletir.
São muitos fenômenos muito diferentes, que emergem em diferentes países. E muito diferentes. O que acontece em Túnis, com Rashid Al-Ganushi [Partido Ennahda], é muito, muito diferente do que acontece no Egito, agora com os irmãos da Fraternidade Muçulmana e o partido Nur.
O que estamos vendo agora... Muitos muçulmanos, sim, generalizando, estarão de acordo com a união de todos os muçulmanos e o restabelecimento de um califato islâmico. É uma postura ortodoxa, possível para muita gente. Mas, na base dessa postura, a questão é como formular essa ideia, em termos que faça sentido no mundo moderno?
Temos agora de observar os muçulmanos em todo o mundo, com todas as suas diferenças. O que acontece em Túnis, o que acontece no Egito, o que acontecer na Líbia, agora que tentam organizar-se melhor. Porque todos esses muçulmanos estão tendo autoridade e direito, pela primeira vez, para tentar compatibilizar o que exige a lei islâmica, a Xsária, e o fato de viverem no mundo ocidental, eu diria, no mundo moderno.
Assange: Como seria para vocês o sistema ideal? Seria uma Common Law? A lei islâmica, Xária? Um amálgama de ambas?
Moazzam Begg: Essas são perguntas grandes demais. Nós lutamos, sobretudo, contra a detenção de pessoas comuns, sem cargo algum. Nos dedicamos a isso. E não, absolutamente, não é parte de nosso trabalho resolver todos os problemas do mundo. Se quer minha opinião pessoal, estritamente pessoal, posso dizer que, na minha opinião, creio que esse seja o grande temor. Quando falamos do sistema de califato, todos se apavoram. E o que seria isso? Seria uma união de países onde todo mundo falaria árabe? Pelo amor de Deus! Claro que não! Na Europa temos 15 línguas diferentes, e as pessoas estão tentando unir-se, pôr fim às fronteiras nacionais, deixar de ter estados e passar a ter o mesmo sistema monetário...
Assange: Estão tentando fazer uma União Europeia, o que eu acho uma pena.
Moazzam Begg: Mas há tratados que permitem que as pessoas viagem de um país a outro sem obstáculos.
Assange: Não sei... Ainda não estou convencido de que esses superestados sejam o modelo a seguir.
Moazzam Begg: Tudo bem. Mas a diferença importante da qual estou falando é a seguinte: o que une, hoje, Iraque e Marrocos? A cultura e, mais importante, a língua. Chega-se a qualquer daqueles países e fala-se árabe. E a língua é instrumento de criação de sociedades. A Europa, por exemplo, é dividida, sobretudo, pela língua. Aqui, a língua nos separa. No mundo árabe, essa ‘união’ já existe, é uma união histórica. Já havia antes e...
Assange: Ora, mas... Quem fala árabe, sempre falou árabe. Qual é a novidade do califato?
Moazzam Begg: A novidade não é do califato. A novidade é da Europa, que inventou os nacionalismos. A união árabe não parte dos nacionalismos nem de alguma reação aos nacionalismos. O mundo árabe não conhecia o nacionalismo, até que chegou alguém, tomou o mapa da África, traçou linhas e decidiu: aqui é Líbia, aqui é Argélia etc. A questão hoje é que, se os árabes voltarem a encontrar algum tipo de unidade, terão muito poder no mundo contemporâneo. E isso talvez seja o que mais preocupa o ocidente: que haja mais uma grande potência estabelecida naquela região do mundo, como um obstáculo imprevisto que não desejam ter.
Assange: E que tipo de regime de lei vocês conceberiam? [Assim Qureshi: Com licença, um minuto...]. Se fossem Alá por um dia... Não, não estou dizendo que deva ser fácil de fazer, nem que se deva ou não fazer. Só quero saber: se fossem Alá por um dia, o que fariam? [risos]
Assim Qureshi: Bem... Nós não usamos exatamente esses termos [risos] de referência. Mas o Islã é um sistema normativo legal, como qualquer outro estabelecido pela jurisprudência, como qualquer outro sistema normativo legal que há no mundo. Portanto, há leis que temos de seguir. Em muitos aspectos surgem guerras sobre como os islâmicos executam a lei Xaria, porque contraria o que algum sistema legal local, em algum caso, prevê. Por exemplo, a pena de lapidação por adultério. Os requisitos de prova são tão difíceis de cumprir – 4 testemunhas visuais, presenciais, do ato sexual, onde tenha ocorrido. É impossível satisfazer essa exigência de prova, a menos que se trate de alguma ‘festinha’ perversa.
Assange: Mas nesse caso, se se conseguir provar, admite-se que se execute alguém a pedradas?
Assim Qureshi: Sim. A ideia de que a pena tem de ser aplicada, sempre que o processo tenha sido sem vícios, é legítima. Aplicar a pena significa que a lei foi considerada e usada. Mas é impossível aplicar o critério probatório standard...
Assange: E nesse caso, você estaria de acordo?
Assim Qureshi: Porque, na verdade, essa situação não era prevista...
Assange: Mas você estaria de acordo?
Assim Qureshi: Estou de acordo com o conceito islâmico de como praticamos os castigos, falando em geral do que são os castigos; e sejam ou não aplicáveis.
Assange: Só estou dizendo que é importante. E, em todo o caso, já se vê a diferença entre sua opinião pessoal e a opinião da organização Cageprisioners...
Assim Qureshi: É puramente minha opinião pessoal.
Assange: Sua opinião pessoal é que a pena de morte é aceitável?
Assim Qureshi: É aceitável, da perspectiva islâmica, como conceito. E no caso da lapidação, também é aceitável, desde que estejam presentes e sejam considerados todos os elementos do inquérito e da prova.
Moazzam Begg: Sempre que se fala da lei islâmica Xaria, só se fala de crime e castigo, ou do castigo [hadul?]. Só se fala das disposições normativas. As disposições normativas não são a Xária. A Xária é a lei.
Assange: O que quero saber é se há um processo legal completo. É o que quero saber.
Moazzam Begg: Nenhum de nós tem a necessária capacidade para falar sobre o modo de vida, sobre o tema do estabelecimento do Estado, nem sobre a formulação das regras e leis. O mais importante a considerar aqui é que, até hoje nenhum país aplicou a lei da Xaria como lei do estado, desde a queda do Califato Otomano. Na essência, até hoje, a discussão é absolutamente teórica; e terá de ser desenvolvida.
Assange: A ideia de voltar à época dos otomanos e ao Califato Otomano, islâmico, onde não haverá estado, e onde a maioria das pessoas deseje viver... Não sei, mas... Vocês concordam que não há muitos estados nessa situação? Talvez Omã, mas não tenho certeza.
Moazzam Begg: Permita-me lembrar um aspecto curioso. Quando o Califato Otomano foi abolido, uma das primeiras vozes que o defendeu foi Mahatma Gandhi. Porque entendia que se tratava de algo importante para a história islâmica. Por isso, dentre outros motivos, acredito que a ideia de estabelecer-se um califato depende, mais, provavelmente, de escolher-se outro nome, outra palavra. Poderia ser “bloco”, Bloco Unido Muçulmano. A discussão seria mais fácil.
Assange: Não lhe parece que os tunisianos diriam, ‘ok, somos muçulmanos, estamos em Túnis, falamos um pouco de francês, um pouco de árabe, e desejamos a autodeterminação. E a autodeterminação é mais fácil de obter, se não nos tornarmos ‘amigos demais’ do Egito (porque é país maior, são mais numerosos)?
Moazzam Begg: Não há dúvidas. Claro. É possível que aconteça exatamente isso. Os árabes já tentaram criar várias organizações para a união entre árabes. Por isso a união não deverá ser árabe. Melhor se for união muçulmana – porque assim pode incluir os turcos, os iranianos, os paquistaneses, os indonésios. É fenômeno enorme, massivo.
Assange: Mas por que vocês tanto querem a unidade?!
Moazzam Begg: Bem, bem... Por que a Europa tanto quis a unidade? A luta pela unidade...
Assange: Para mim, a União Europeia não é objetivo europeu. É objetivo dos EUA, que queriam criar os Estados Unidos da Europa, para combater a União Soviética. E, hoje, é um bloco comercial.
Moazzam Begg: É. A razão para a união [dos árabes] seria a economia, claro; a defesa; e voltar a um passado quando podíamos transitar sem obstáculos, porque éramos cidadãos dessa terra. E a terra não estava dividida pelo princípio colonial.
Assange: Eu talvez conseguisse passaporte muçulmano... e a liberdade!
Moazzam Begg: Isso não podemos saber. Mas você, como cidadão, teria a possibilidade de viajar, como se viaja pela União Europeia.
Assange: Com direito de trabalhar em qualquer país.
Moazzam Begg: Exatamente isso.
Assange: Veremos o que acontecerá. É muito, muito interessante. OK.
Falemos agora da organização de vocês, Cageprisioners. Há muitos trabalhos a fazer no mundo. Por que vocês se dedicam a Cageprisioners [prisioneiros da jaula]?
Assim Qureshi: Sou advogado especialista em direito empresarial, mas parece que, aos poucos, passei por mudança profunda. De tanto ver o que acontecia em Guantánamo, as listas intermináveis de processos carregados de erros, as muitas extradições ilegais... Todas essas coisas caracterizam o abuso da lei, com motivo bem específico. E isso me convenceu de que tinha de trabalhar com algo que fosse contra essa política. A organização Cageprisioners é muito importante para os muçulmanos, como uma voz que inspira, uma voz que, esperamos, diga aos muçulmanos que, sim, eles têm pleno direito de levantar-se para se defenderem, para fazer algo correto, positivo, sem a impressão de que estariam fazendo coisas erradas, ou praticando alguma espécie de crime.
Moazzam Begg: No meu caso, é óbvio. Escolhi esse trabalho, por causa da experiência pela qual passei e que me afetou. E eu, mesmo que nada tivesse acontecido, nem por isso seria menos afetado pelo que acontece. No meu caso, é uma coisa que se conhece como “a síndrome do sobrevivente”: sobrevive-se a um trauma e sabe-se que outros, na mesma situação, não sobreviveriam (e não sobreviveram). E sinto a obrigação de lutar por eles. Sinto como um dever, não só moral e religioso, mas um dever também, baseado na minha experiência pessoal e no meu modo de agir. Se sei que há algo necessário, que sei fazer e que posso fazer, tenho obrigação de fazer. E farei.
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